Comando Militar da Amazônia está precavido contra invasão, diz general

22/03/2005 - 7h48

Eduardo Mamcasz
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia

Brasília - O chefe do Comando Militar da Amazônia, general Cláudio Barbosa Figueiredo, garantiu que as forças armadas brasileiras estão "precavidas" diante da ameaça de invasão militar estrangeira na "cobiçada e imensa" região amazônica. "E estamos desenvolvendo aqui uma estratégia, que é a estratégia da resistência", diz o general na reportagem de hoje (22) da série "Amazônia - terra cobiçada", transmitida pelas rádios Nacional da Amazônia e de Brasília.

Cláudio Figueiredo assegurou que a "estratégia da resistência" será usada contra qualquer tipo de inimigo "seja de forças superiores à nossa , seja de igual valor". Segundo o general, "qualquer uma delas encontrará resistência muito forte que contra-indica uma aventura desse tipo". Ele afirmou ainda que é preciso ter planejamento e treinamento para que, se houver invasão, "nós
possamos dar uma resposta compatível com a segurança que a Amazônia merece".

A fronteira do Brasil com a Colômbia, apesar da atividade guerrilheira no país vizinho , não preocupa tanto, no momento, o comandante militar da Amazônia quanto a fronteira com o Peru por causa, segundo ele, da "ação deletéria dos madeireiros ilegais que estão invadindo o
território". O general lembrou que esses madeireiros "não têm nada a ver com o governo do Peru" e atuam no nosso lado nas áreas indígenas dos Ashaninka. "Isto está nos preocupando muito e junto com o Ibama estamos fazendo operações para coibir esses ilícitos", afirmou.

Atualmente, o Comando Militar da Amazônia tem 22 mil soldados - com a chegada da Brigada de Infantaria de Niterói (RJ) serão 25 mil - e sua principal base de sustentação financeira é no Projeto Calha Norte, que está presente em 151 municípios, sendo 95 de fronteira. Em 1985, o
número de militares do Exército não passava de seis mil. "Isso tudo foi patrocinado pelo projeto Calha Norte", disse o comandante. Ele destacou que o Exército na Amazônia leva "cidadania a esse pessoal do interior onde a presença do Estado brasileiro é muito frágil".

O apoio logístico e de segurança que o Exército dá na Amazônia para que "os órgãos possam trabalhar" também foi destacado pelo comandante militar da região. "Nós estamos com o que chamamos de estratégia da presença, disse o general, e estamos praticamente em toda a
extensão da Amazônia brasileira, nossos efetivos são grandes e nós conhecemos a toda a região".