Luthianna Hollenbach
Da Agência Brasil

Brasília - Uma sessão solene realizada hoje (22), na Câmara dos Deputados, homenageou o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial. Liderada pelo Deputado Federal Luiz Alberto (PT-BA) e demais deputados federais integrantes do Núcleo de Parlamentares Negros do PT, a reunião discutiu a busca pela igualdade racial, econômica e social e maior valorização do negro.

Segundo o deputado, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória pelo massacre de Sharpeville que ocorreu em uma cidade chamada Joanesburgo, na África do Sul, então dominada pelo regime do apartheid. "Essa é uma data que tem muito impacto sobre o Brasil, já que o nosso país é o segundo país de maior população negra, por isso, não podíamos deixar de refletir sobre essa data", diz.

Neste conflito em Joanesburgo, estavam presentes 20 mil negros que protestavam contra a lei do passe. Eles eram obrigados a portar cartões de identificação, que especificava os locais por onde podiam circular. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, a polícia atirou sobre a multidão. Morreram 69 pessoas e 186 foram feridos.

"Muito se fala da imensa desigualdade que o Brasil vive, aliás, talvez o Brasil seja considerado o país mais desigual do mundo, mas a base central disso é o racismo, são mais de 80 milhões de pessoas que vivem as agruras diárias da exclusão, em uma população de 177 milhões", acrescenta Luiz Alberto.

Para os deputados que estavam presentes na solenidade, o Brasil ainda tem muito que lutar. Por este ano ter sido decretado pelo Governo Federal como o Ano Nacional da Promoção da Igualdade Racial, agora seria a hora de fazer uma balanço e reconhecer o quanto o país ainda precisa evoluir nesse sentido, defenderam. "Infelizmente, ser negro no Brasil é ser analfabeto, é compor a população mais pobre, e ter metade do rendimento salarial dos brancos", critica o deputado Jorge Alberto (PMDB-SE).

Participaram do evento o Embaixador da República de Camarões no Brasil, Martin Mbarga, representantes da ONU, e militantes do movimento negro brasileiro.