Cresce a participação das mulheres no mercado de trabalho em São Paulo

03/03/2005 - 19h48

Marli Moreira e Paulo Montoia
Repórteres da Agência Brasil

São Paulo - As mulheres ganharam mais espaço no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo no ano passado. A participação das mulheres cresceu de 43,9% para 44,2%, de 2003 para 2004, do total da mão-de-obra incluída na População Economicamente Ativa (PEA). O percentual de mulheres com alguma ocupação (emprego formal ou não) subiu de 55,1% em 2003 para 55,5% em 2004, considerando o total de mulheres da População Economicamente Ativa (PEA). Esta é a melhor participação desde 1985, quando a pesquisa foi iniciada. Apesar do patamar elevado, esse crescimento corresponde a 0,8% e é o mais baixo dos últimos seis anos. Os dados estão na pesquisa divulgada hoje (3) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Com o aquecimento da economia em 2004, houve queda das taxas de desemprego, mas a redução foi maior para as mulheres. A taxa de desemprego entre as mulheres caiu de 23,1% para 21,5% da PEA feminina, enquanto a taxa entre os homens diminuiu de 17,1% para 16,3%. A mão-de-obra masculina prevalece no mercado, embora a sua participação tenha se mantido estável em 73%, entre 2003 e o ano passado, ou seja, 73 homens empregados em cada grupo de 100 homens da população economicamente ativa.

De acordo com a pesquisa, houve crescimento de ocupação das mulheres pelo sexto ano consecutivo. O aumento foi de 4,1% e está ligado à criação de vagas na área de serviços (5,1%), na indústria (4,4%), no comércio (3,1%) e nos serviços domésticos (1,3%). Mas o êxito na procura por uma ocupação (trabalho formal ou não) esteve concentrado entre as mulheres mais jovens, na faixa entre 18 a 24 anos, que abocanharam uma expansão de 2,6%, enquanto as que tinham entre 50 e 59 anos perderam participação de 2,8%. Houve estabilidade de ocupação para as mulheres com idade entre 25 e 49 anos. Entre os homens, o crescimento da ocupação foi de 2,6%, o segundo melhor resultado desde 1996, segundo a Seade.

Pelos dados apurados, as mulheres não-negras conseguiram um pouco mais das ocupações, com crescimento de 0,9%, enquanto foi quase estável o preenchimento das vagas entre as negras, aumento de 0,2%. Esses percentuais foram semelhantes também para os homens: crescimento de 0,1% entre os não-negros e queda de 0,3% entre os negros.

O levantamento mostra ainda que após seis anos consecutivos de queda, cresceu em 2,5% o rendimento médio por hora trabalhada pelas mulheres, que alcançou R$ 4,74. Entre os homens, o rendimento ficou em R$ 6,09.