Otismista o setor de turismo espera a visita de mais de 5 milhões de turistas este ano

02/03/2005 - 14h27

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As perspectivas para 2005 para o setor de turismo são bastante otimistas e são reforçadas pelos resultados anotados em janeiro último que registrou o maior número da história em desembarques doméstico (29,3% de crescimento) e internacionais (28,3% de aumento). A projeção foi feita hoje pelo ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, na divulgação da quinta edição do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, uma pesquisa do ministério e Embratur, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

"São números extraordinários", destaca Mares Guia. Na sua opinião, esse resultado se deve à melhoria da economia nacional como um todo que significa emprego e renda, para o brasileiro poder viajar mais. "Outro fator é a promoção competente, por meio da Embratur, que o ministério está fazendo no mundo inteiro para mostrar o Brasil por intermédio da sua diversidade natural e cultural", diz o ministro.

O Boletim de Desempenho Econômico de Turismo é uma publicação trimestral sobre as expectativas e realizações do setor. Nesta última edição, foram ouvidas em todo o país, 911 empresas dos seis segmentos que compõem o setor de turismo (empresários de operadoras, agências, hotelaria, restaurantes, eventos e turismo receptivo (passeios turísticos). A pesquisa foi realizada entre os dias 6 de janeiro a 4 de fevereiro e as informações refletem os negócios dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004.

Segundo avaliação de técnicos do ministério, neste período as empresas consultadas movimentaram R$ 571 milhões, indicando faturamento anual de cerca de R$ 2,3 bilhões. Ao encerrar o ano, contabilizou-se 32.503 postos de trabalho.

Ao comparar com 2003, ano de elaboração do primeiro boletim, o ministro Mares Guia assinalou que aquele ano começou com uma crise na aviação e a perda de vôos em janeiro, fevereiro e março. "Então, os resultados em relação a 2003 são extraordinários", afirmou ele, para quem em 2004 o setor de turismo se recuperou e cresceu. "Se compararmos tudo que está aí em termos dos boletins com 2004 e 2005, estamos vendo que os empresários acham que este ano será melhor que 2004; que o turismo crescerá numa média de 10%, vai gerar mais empregos, mais investimentos e mais faturamento", comemorou.

O ministro se referia ao indicativo do boletim que aponta para um crescimento do setor para 2005. De acordo com a pesquisa, 79% dos empresários entrevistados no setor de operadoras acreditam que haverá um aumento médio de 21% nas vendas desse primeiro semestre. E 99% acham que vão faturar no ano mais do que em 2004. "No ano passado o país recebeu cerca de 4 milhões e 800 mil estrangeiros como turistas e esse ano esperamos, no mínimo, 5 milhões e 600 mil pessoas", contou Mares Guia

Projetando um incremento do turismo interno, o ministro destacou que como a renda do trabalhador está aumentando, o número de desembarque doméstico também está aumentando. Em 2004, lembrou ele, o número da movimentação interna subiu em 19%. Já o desembarque internacional aumentou em 14%.

Parte desse crescimento, segundo avaliação do ministro, foi viagem de laser, sendo que a medida de cálculo é feita sobre o número de vôos fretados. "Estes vôos vêm tendo um aumento extraordinário porque são vôos exclusivos para o turismo, com preço menor e sem a rigidez dos horários comerciais". Mares Guia confirmou a intenção de promover o crescimento e o desenvolvimento dos pacotes turísticos "com preço mais baixo para a média do trabalhador brasileiro".

Fazendo um projeção para os próximos anos, o ministro afirmou que a meta para 2007 é atingir um total de 65 milhões de desembarques domésticos. Em 2004 esse número foi de 36,5 milhões. Para este ano, a intenção é atingir 44 milhões de desembarques domésticos. "Para conseguirmos isso temos que considerar os vôos fretados e adequar os pacotes turísticos ao tamanho do bolso do trabalhador brasileiro", ressaltou o ministro.

Para Mares Guia, a receita é "juntar a criatividade das empresas aéreas e do setor hoteleiro na baixa temporada, quando os aviões estão vazios e os hotéis com muitas vagas, para que pelo menos o custo variável dessa operação seja pago e se possa reduzir os preços ao máximo".