Rio, 20/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal acredita que a bomba que explodiu no prédio da Superintendência do órgão no Rio de Janeiro, na tarde de ontem, pode ter sido fabricada no próprio local. "Indícios levam a crer nessa hipótese, mas essa informação ainda precisa ser confirmada", disse o porta-voz da PF no Rio, Clóvis Franco Ramos.
A Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) abriu inquérito no mesmo dia para apurar as circunstâncias da explosão, que aconteceu na sala do seu Núcleo de Operações. "Os depoimentos começaram ontem mesmo, com os três agentes que estavam na sala na hora da explosão. Hoje, outras pessoas também depuseram. Isso deve nos ajudar a esclarecer esse episódio", afirmou Ramos.
O local da explosão era de acesso restrito, utilizado apenas por servidores da Delinst. Segundo Ramos, o Núcleo de Operações possui um corpo funcional de cerca de dez agentes.
A PF ainda desconhece o autor do crime e o motivo que o levou a colocar uma bomba na sala, mas não descarta a hipótese de o incidente ter sido causado por disputas internas de poder.
"A hipótese de questões políticas só poderá ser confirmada na hora em que o autor do crime for descoberto e ele expuser suas intenções", explicou Ramos. A Delinst teve mudanças em sua chefia na segunda-feira, dia anterior ao da explosão, quando o delegado Ronaldo Menezes assumiu o cargo.
O autor do crime pode ser condenado a um período de três a seis anos de reclusão, por explosão de artefato (artigo 251 do Código Penal). O criminoso, se for algum servidor da PF, pode, inclusive, perder o cargo.