Brasília, 31/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os números do IBGE, que comprovam um crescimento de 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), indicam redução das pressões inflacionárias no Brasil. A afirmação é do diretor financeiro da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. Ele e outros nove debatedores analisaram hoje a situação do mercado brasileiro, custo de capital e financiamentos nacionais durante o 18º Congresso de Mercado de Capitais - "Brasil, Tempo de Crescer".
Segundo Gabrielli, a Petrobrás é uma peça importante na diminuição dos custos de capital existentes no Brasil. Por isso, ele comemorava os dados do IBGE."Ao atingirmos a auto-suficiência de Petróleo, em 2006, vamos eliminar o impacto deste produto sobre a economia. Manter o fornecimento constante é fundamental para a expansão econômica", explica.
Já Roberto Troster, economista-chefe da Febrabam, foi mais contido. Para ele, o crescimento do PIB é pouco para o Brasil. Especialmente, se comparado a países como a China, que, segundo afirma, está em eterna expansão. " Estamos cada vez com uma fatia menor do bolo", avalia.
Mas o crescimento do PIB não foi o único tema do Congresso. A reforma do Judiciário também esteve relacionada ao crescimento do PIB. Para Adacir Reis, secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, o judiciário tem que promover decisões "em tempo social e economicamente toleráveis".
Luiz Chrisostomo, diretor da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) considera difícil separar o risco país da empresa que está nele situada. Ele salienta também que o custo de capital associado a volatilidade financeira cria dificuldades intrasponíves para empresas financiarem o próprio desenvolvimento.
A segunda rodada de discussões teve como tema sistema tributário, competitividade e economia informal.
A pesquisadora da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Maria Helena Zockun, considera o crescimento do PIB brasileiro decepcionante.A pesquisadora lembra que o Brasil é o quarto colocado em índice de informalidade. De acordo com Maria Helena, a produtividade nacional segue uma tendência inversamento proporcional à informalidade. Ou seja, quanto maior a informalidade, menor a produção. "A economia informal é consequência da falta de liberdade econômica de um País", conclui. O Congresso será encerrado amanhã.