Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Durante o culto ecumênico realizado hoje à tarde na Catedral da Sé, em São Paulo, os paulistanos protestaram contra as mortes dos cinco moradores de rua e se solidarizaram com os feridos e familiares das vítimas dos ataques iniciados esta semana. O culto foi celebrado pelo cardeal arcebispo da região metropolitana de São Paulo, dom Cláudio Hummes, e pelo padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua.
Participaram da cerimônia o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, religiosos das igrejas Presbiteriana, Batista e Metodista, da comunidade budista e judaica, familiares das vítimas, secretários municipais e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). O culto aconteceu nas escadarias da catedral e foi acompanhado por milhares de pessoas, embora não haja estimativa oficial do número de participantes.
A prefeita Marta Suplicy decretou luto oficial de três dias, a partir desta segunda-feira. As agressões e mortes aos sem-teto começaram na madrugada da quinta-feira (19), em diferentes pontos da área central da cidade, mas continuaram na madrugada de sábado e domingo.
Segundo Giovanni Di Sarno, superintendente do principal hospital de socorro às vitimas, o Hospital do Servidor Público Municipal, a violência dos ataques está chocando até os médicos, policiais, bombeiros e outros profissionais envolvidos. Segundo ele, as vítimas ficam desfiguradas pelos ataques, e isso tem dificultado muito a possível identificação, já que todas moram nas ruas e a maioria não porta documentos.