Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria brasileira quer definir o seu papel no crescimento econômico do país. Também quer determinar a sua participação no mercado internacional agora e a posição que terá nos próximos dez anos. Para definir essas metas e como alcançá-las, reuniu-se hoje, na capital paulista, o Fórum Nacional da Indústria, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O objetivo do Fórum é construir um Mapa Estratégico da Indústria Brasileira, que será a própria consolidação das metas e estratégias para alcançá-las. "O mapa é a construção de uma estratégia de médio e longo prazos", explicou o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto.
"Estamos fazendo um trabalho que se projeta para um horizonte mais longo e que utiliza de ferramentas e metodologias que darão a esse trabalho um diferencial importante: a gestão da própria agenda estratégica", acrescentou o presidente da CNI.
O instrumento de gestão a que se refere o presidente da CNI é o "Balanced Scorecard" (indicadores balanceados de desempenho), desenvolvido na Universidade de Harvard e utilizado em programas estratégicos de empresas privadas, governos e organizações de todo o mundo.
A reunião foi o primeiro passo para a definição do Mapa, com o levantamento de tendências, macroobjetivos e as condições para alcançá-los. O economista José Roberto Mendonça de Barros apresentou a trajetória da indústria brasileira para mostrar experiências bem sucedidas que poderiam ser aproveitadas e Carl Dahlman (do Banco Mundial) fez um painel do cenário econômico atual.
Os resultados do trabalho serão debatidos por cada entidade representativa da indústria, que farão propostas e sugestões. Mais duas reuniões serão realizadas para validar as decisões e a expectativa é que o projeto esteja pronto em dezembro.
Segundo o presidente da CNI, esta não foi a primeira tentativa de se definir uma agenda de longo prazo para a indústria, mas o diferencial é que, desta vez, já uma representatividade maior. O Fórum Nacional da Indústria, reúne, além da CNI e das Federações das Indústrias de todo o país, 32 associações nacionais e setoriais "que estão engajadas nesse trabalho". Entre os temas que foram discutidos, o presidente da CNI destacou um ponto crucial em sua avaliação: o investimento no "capital humano".
"Isso envolve uma estratégia que passa fundamentalmente pela questão da educação", explicou Monteiro Neto. Ele acrescentou que estão trabalhando um conceito mais amplo para o investimento no capital humano, "não apenas na qualificação do trabalhador, mas em capacitação de gestão e em pesquisa e desenvolvimento".