MLST quer assentamento com estrutura para manter o jovem no campo

09/07/2004 - 21h51

Brasília, 9/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O coordenador nacional do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Hélio Freitas, defendeu hoje um novo modelo para os assentamentos brasileiros. "Não queremos que o jovem saia do assentamento para estudar na cidade por falta de escola, luz ou uma organização mais urbana", disse Freitas, logo após um encontro com o presidente Lula, no Palácio do Planalto.

"Hoje, os assentamentos são verdadeiras favelas. Antes mesmo de invadir uma área, é preciso ter um projeto para o local. Caso contrário, as famílias acabam desistindo e voltando para seus locais de origem", afirmou o líder sem-terra. O MLST foi criado em 1997 por grupos de nove estados que não chegaram a ser absorvidos pelo Movimento dos Sem-Terra e outros grupos. Atualmente, 33 mil famílias moram nos dez pólos de desenvolvimento do Movimento.

"Lutamos por uma reforma agrária que desenvolva a família nos seus vários aspectos: social, produtivo, educação, saúde", conta o coordenador nacional do MLST. Segundo Hélio Freitas, na reunião com o presidente foi discutido um projeto desenvolvido pelo Movimento em parceria como o Ministério de Desenvolvimento Agrário. Atualmente, o MLST tem cerca de R$ 9 milhões para investir nos pólos de desenvolvimento.

"Queremos ampliar as negociações das nossas demandas para outras pastas do governo", revela o líder. Apesar de reconhecer que o projeto do governo é semelhante ao do Movimento, ele não descarta a possibilidade de novas invasões: "A luta é legítima. O que precisa mudar é o modelo de assentamento. Com isso, poderemos sair das páginas policias para as sociais."