Brasília - A Campanha Nacional de Combate ao Mexilhão Dourado envolve a participação de uma força-tarefa formada por 19 órgãos do poder público, empresas privadas e organizações civis. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Plano de Ação Emergencial, previsto para durar 90 dias, será centrado em atividades de monitoramento e fiscalização, acompanhado de divulgação e cursos de capacitação. O molusco "Limnoperna fortunei", originário da Ásia, está invadindo os rios brasileiros nas regiões Sul e Centro-Oeste.
"O caso do mexilhão é só uma demonstração do que ocorre quando a gente não zela pelo princípio da precaução", disse a ministra, que defende a necessidade de licenciamento e de cuidados em relação a qualquer atividade que possa causar impacto ambiental.
Na região de Ilha Solteira, divisa dos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) será usada a embarcação Água Vermelha para mostrar a prefeitos, lideranças comunitárias e pescadores como tratar do problema. No mês de maio, serão realizados cursos de treinamento, em Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, para capacitar técnicos multiplicadores da Agência Nacional de Águas, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Capitania dos Portos, Ibama, órgãos estaduais de meio ambiente e polícias florestal e ambiental.
Uma das medidas a ser adotada nas represas, localizadas nas regiões infestadas, é a de adicionar hipoclorito de sódio na água, em dosagens testadas por técnicos dos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde. As outras medidas previstas são a pintura dos cascos das embarcações que transitam nas áreas infectadas com tinta anti-incrustante, a lavagem de equipamentos com solução de água sanitária e a utilização de água quente nos reservatórios de água.
A rápida reprodução da espécie invasora, que não tem predador natural, está provocando redução de diâmetro e obstrução de tubulações das companhias de abastecimento de água potável e o entupimento de filtros das turbinas no setor de geração de energia, entre outros problemas. Em alguns locais, podem ser encontradas concentrações de mais de 40 mil mexilhões por metro quadrado. Em conseqüência disso, as empresas de saneamento e de energia elétrica precisam fazer manutenções específicas e mais freqüentes, com custos adicionais. A situação também obriga a mudanças nas práticas de controle ambiental, na rotina de pesca de populações tradicionais e prejudica o sistema de refrigeração de pequenas embarcações.
As informações são do Ministério do Meio Ambiente