Curitiba, 4/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - As invasões promovidas hoje por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) nas praças de pedágio do Paraná deixaram equipamentos de monitoramento e cancelas quebrado, e os usuários deixaram de pagar as tarifas que haviam sido reajustadas à meia-noite. Das 26 praças de pedágio existentes no Paraná, oito foram invadidas.
O protesto aconteceu no mesmo dia em que a Assembléia Legislativa votou o projeto do governo de encampação dos serviços de manutenção das rodovias. Os cerca de dois mil sem terra reivindicavam a redução das tarifas. Com o projeto aprovado pelos deputados, os sem terra deixaram as praças de pedágio.
Um dos coordenadores do Movimento Sem-Terra (MST), José Damasceno, negou que o protesto nas praças de pedágio tenha alguma ligação com os interesses do governo do estado. Disse que o MST é um movimento autônomo, que não depende de orientação de ninguém sobre o que deve fazer. Disse ainda que o preço do pedágio é embutido no transporte e encarece a produção. Além da tarifa, os sem terra também reclamam a posição contrária aos produtos transgênicos e a reforma agrária.
Já para o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, a invasão pode ser uma represália das lideranças do movimento ao 40º cumprimento de mandado de reintegração de posse de áreas invadidas, realizada durante o dia.
"Boa parte do contingente policial (490 policiais militares) estava promovendo hoje a desocupação da Fazenda Cristo Rei, na região de Guarapuava. Esta invasão às praças de pedágio pode ser uma reação do MST às desocupações que estamos promovendo no Estado", considerou Delazari.