Brasília, 2/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini disse hoje que o governo está planejando uma ação integrada de fiscalização na região rural de Unaí e Paracatu, em Minas Gerais. A ação contará com o apoio dos da Previdência e Fazenda, além da Receita Federal.
Segundo o ministro, a medida, que ainda está sendo planejada, não é uma retaliação ao assassinado de três fiscais e o motorista do Ministério do Trabalho ocorridos na última quarta-feira (28) em Unaí. "Todo trabalho do Ministério é no sentido de garantir que a fiscalização na região seja reorientada para que possamos ampliá-la e deixar que claro que esse tipo de ação não intimida o Estado", afirmou.
Hoje, a Comissão Externa da Câmara dos Deputados entregou aos ministros do Trabalho e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, um relatório sobre a visita que os parlamentares fizeram a Unaí no dia 30, quando ouviram 15 depoimentos. O coordenador da comissão e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputad Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), saiu satisfeito dos encontros. Um dos pedidos da comissão ao ministro do Trabalho era a criação de uma Força-Tarefa para fiscalizar todas as propriedades rurais da região onde os fiscais foram assassinados.
"Considerando que este crime tenha ocorrido com servidores no exercício da função, com o objetivo de intimidar o Estado brasileiro na fiscalização, ao invés da fiscalização ser feita aleatoriamente, neste caso, deveria ser feita uma força-tarefa para se fiscalizar todas as propriedades de Unaí e Paracatu", explicou o deputado.
Após o encontro, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzonini, garantiu que o governo já está totalmente mobilizado para priorizar a apuração deste caso e não deixar que a impunidade exista neste país. "Para dar exemplo claro que não haverá impunidade e o Estado não tolera esse tipo de agressão. Não adianta agredir servidores para tentar intimidar a ação do Estado".
Ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, os parlamentares pediram reforço para a Força-Tarefa que investiga o caso na região. Segundo Greenhalgh, o ministro disse que vai aumentar o efetivo de policiais que investigam ao assassinato e garantiu que não faltará infra-estrutura para que os assassinatos sejam desvendados.
O relatório preliminar da Polícia Federal já foi entregue ao diretor da corporação, Paulo Lacerda. O relatório de cinco páginas informa as linhas de investigação e a estrutura que está sendo utilizada. A assessoria da PF informou que o relatório deverá chegar ao ministro da Justiça ainda nesta segunda-feira.