Brasília, 20/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Quem quiser garantir o sonho de se livrar para o resto da vida de preocupações com pagamentos de contas e com o estouro do cheque especial tem até às 19h de hoje para tentar a sorte de acertar os seis números da Mega-Sena, acumulada em R$ 40 milhões. O sorteio acontecerá às 20h, em Ribeirão Preto (SP). Durante todo o dia, as casas lotéricas de Brasília estiveram cheias. Cada pessoa com o seu sonho, seja passar um bom tempo numa praia paradisíaca do Nordeste seja ajudar a família. Uma coisa é consenso: com R$ 40 milhões vida na "pendura" nunca mais. "Chega de dureza", resume o pernambucano de 50 anos, Adauto Altino, que já marcou os seus números e espera a sorte bater em sua porta.
O agente de viagens Danilo Nunes, 22 anos, ressalta que R$ 40 milhões é muito dinheiro e que reservaria parte para garantir um Natal e um 2004 aos brasileiros desafortunados que vivem esquecidos em creches e asilos.
Antenor Araújo Sales, 38 anos, pedreiro, torce para aposentar de vez a sua "colher" que já levantou várias paredes no Distrito Federal. "Estou fazendo uma fezinha para ver se guardo a colher depois. Se eu ganhar sozinho, a metade vou dividir com meu pessoal. Se o prêmio for dividido, melhor ainda", acrescenta ele, na expectativa de garantir para a esposa e duas filhas uma casa mais confortável.
A servidora pública Lílian Pinheiro Dantas, 30 anos, passeava pela manhã num shopping center da capital e não resistiu em fazer sua aposta e arriscar mudar de vida. Com R$ 40 milhões no bolso ela compraria casa nova, trocaria de carro e viajaria muito. "Eu teria que contratar uma empresa de consultoria, porque R$ 40 milhões é muito dinheiro e não tenho noção do que significa tanto de dinheiro", preocupa-se antecipadamente.
O prêmio acumulado da Mega-Sena e o sonho de realizar quase todos os desejos não atrai a todos. Existem pessoas que não acreditam na sorte, pelo menos no jogo, como a estudante Lara Cristina Rocha Magalhães, 18 anos. Os R$ 40 milhões não foram suficientes para levá-la à fila da casa lotérica do shopping center em que trabalha. "Eu prefiro ficar quieta, meu pai e minha mãe ainda arriscam, mas eu não. Prefiro trabalhar para conseguir o meu dinheiro", afirma.
Em 2002 a casa lotérica de Carlota Veríssimo vendeu um bilhete premiado da Mega-Sena que garantiu R$ 14 milhões ao felizardo apostador. Depois disso, Carlota não deixa de fazer a sua "fezinha", acreditando que sua lotérica é "pé quente". Segundo ela, quando o prêmio da Mega-Sena acumula o seu faturamento praticamente dobra.