São Paulo, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Governo Federal anunciará até sexta-feira um conjunto de medidas que possibilitará ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cumprir a sua missão de apoio à política industrial e a área de infra-estrutura. "O BNDES precisa de certas regras para operar o orçamento de 2004 com tranquilidade", disse o presidente do Banco, Carlos Lessa. "Essas medidas que serão tomadas provavelmente vão representar algo como se tivessem colocado R$ 7 bilhões, R$ 8 bilhões ou R$ 9 bilhões dentro do BNDES", disse.
Segundo Lessa, o termo "capitalização", que vem sendo usado para determinar o crescimento de R$ 34 bilhões do orçamento desse ano para R$ 47 bilhões fixado para 2004, não é o mais adequado, porque não se trata de aporte direto de recursos, mas de "regras que nos permitam financiar mais o setor público e nos coloquem em um nível de alavancagem correspondente às chamadas relações prudenciais (que determinam o nível de prudência dos bancos)".
De acordo com Lessa, obedecendo a essas regras, o BNDES não pode expandir os empréstimos. "Não há condição de emprestar um centavo", afirmou, explicando que "é preciso de uma haja uma mudança que é dada hoje à legislação do Conselho Monetário Nacional à questão cambial".
O BNDES, segundo Lessa, opera com várias moedas e existe uma regra pela qual os bancos tem que se prevenir contra riscos de câmbio. "Se eu tiver duas moedas fortes, eu tenho que dobrar o meu risco e isso limita muito a capacidade de operar", explicou.
"Se o Banco Central permitir uma mudança de regra, isso me oxigena imediatamente".
Carlos Lessa participou de reunião fechada com a diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Durante mais de duas horas o presidente do BNDES e os empresários discutiram as metas do banco para 2004 e política industrial. Lessa informou que o encontro foi extremamente proveitoso e que fará o mesmo com representantes sindicais e outros segmentos da sociedade. Ficou acertada, segundo ele, a realização de um seminário, no início do próximo ano, sobre política industrial.