Brasília, 24/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O número de novos casos de aids registrados este ano no Brasil chegou a 19.373 no período de janeiro a setembro. Para o ministro da Saúde, Humberto Costa, este número representa um avanço nos esforços do governo para estabilizar a doença. Na década de 90 eram registrados 25 mil novos casos de aids a cada ano e a partir de 2000, o número caiu para 22 mil novos casos a cada ano. "Já não ocorre aids no Brasil nas transfusões de sangue, e adoção de medidas para reduzir a transmissão vertical, está contribuindo para evitar que a gestante e a mãe nutriz transmita o vírus do HIV para o filho, além de redução de casos por drogas injetáveis", disse o ministro Humberto Costa.
Apesar dessa redução no registro de novos casos, o avanço da aids tem sido maior entre os heterossexuais homens. A proporção é de 1,8 casos em homens para cada mulher que contrai a doença. Para o ministro Humberto Costa, "é possível que ainda seja forte a idéia errada de que a doença é transmitida apenas por homossexuais, coisa que boa parte da sociedade sabe que não é verdadeiro e também que as pessoas estejam se protegendo pouco, seja no casamento, seja em outras relações estáveis e talvez por isso tenha crescido o número de novos casos de aids entre os homens heterossexuais".
As taxas médias registradas entre os heterossexuais apresenta uma queda da incidência entre as mulheres desde o ano 2000, com 11 para cada grupo de 100 mil mulheres, enquanto entre os homens a taxa têm sido de 19,3 para cada grupo de 100 mil. O Coordenador do Programa DST/Aids do Ministério da Saúde, Alexandre Granjeiro, informou que as estimativas são de que existem 600 mil portadores do HIV no Brasil, dos quais 400 mil desconhecem sua situação sorológica. Atualmente 137 mil pessoas soropositivas recebem o coquetel de retrovirais para o combate à aids.. "E para atender ao aumento da procura por exames, o Ministério da Saúde investiu R$ 15 milhões para ampliar a capacidade de exames de laboratórios nos estados e municípios, além de treinamentos em 27 laboratórios centrais de saúde pública.
Para reduzir ainda mais o número de novos casos da doença, o Ministério da Saúde está investindo em várias frentes de combate à aids, como aumentar de 300 milhões para 400 milhões o número de preservativos masculinos a serem distribuídos a cada ano para a população brasileira, especialmente entre os homens acima de 40 anos, já que o uso de remédios para disfunção erétil proporcionou uma vida sexual mais ativa para estas pessoas.