Brasília, 9/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Ícone nacional". É assim que o programador Marcelo Tosatti qualifica os programas de implantação de software livre na administração pública do Rio Grande do Sul. Ele entende do que fala. O paranaense é hoje mundialmente conhecido no mundo da informática. Ele gerencia as mudanças sugeridas por 400 mil programadores voluntários do mundo todo para o Linux, a mais conhecida família de programas livres. Com 18 anos, em 2001, foi escolhido para a tarefa pelo próprio criador do sistema, o finlandês Linus Torvalds.
A Prefeitura de Porto Alegre adotou o software livre como alternativa para a dependência tecnológica em relação a grandes fornecedores. Há alguns anos, a administração começou a trocar os sistemas proprietários dos seus equipamentos por Linux e similares. A primeira resposta veio na forma de economia. Só na Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa), R$ 2 milhões anuais deixaram de ser gastos com licenças.
A prefeitura não apenas passou a usar em seus computadores os programas genéricos como incluiu a tecnologia em projetos de inclusão digital das comunidades carentes. Das 92 escolas de ensino fundamental da rede pública, 68 funcionam hoje com os programas "genéricos", beneficiando quase 100 mil alunos.
Entre os 15 telecentros mantidos nos bairros de periferia pela prefeitura, um piloto funciona totalmente em software livre e os outros 14 mudam para esse sistema até o final do ano. Toda a rede da prefeitura está em processo de migração. Serão mais de seis mil computadores com programas livres.
O governo do Estado também mantém experiências na área desde 1999. Criada nesse ano, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) funciona, desde então, apenas com programas livres. São 22 sedes nos municípios gaúchos, com 1100 computadores para os alunos, professores e funcionários. A implantação de software livre nos caixas eletrônicos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) proporcionou aos cofres públicos do Estado uma economia de R$ 9,6 milhões. O Estado também realiza anualmente o maior evento de software livre do mundo, organizado pela ONG Projeto Software Livre RS (