Brasília, 2/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, deixou a reunião da qual participavam cerca de 50 deputados do PT e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, admitindo alterações no texto da reforma da Previdência antes da votação no plenário da Câmara – uma mudança do posicionamento adotado por ele ao chegar ao encontro.
Por volta das 10h, o ministro tinha afirmado que o governo defenderia a aprovação do relatório como ele está. Mas na saída, Berzoini disse estar confiante de que o PT votará unido. E acrescentou que as alterações poderão ser feitas se houver consenso. "Serão feitos os aperfeiçoamentos que possam ser construídos de maneira ampla, com toda a base governista e também através de entendimentos com os partidos da oposição".
Berzoini ressaltou a importância de garantir a aprovação da proposta de reforma da Previdência na próxima semana pelo plenário da Câmara, para que até outubro todo o processo esteja concluído, inclusive no Senado. E voltou a insistir com os deputados que uma "reforma social" está sendo proposta pelo governo: "Eu disse aos deputados que essa reforma que estamos defendendo desde janeiro visa reduzir o impacto de uma previdência desequilibrada e permitir o acesso daquelas pessoas que não têm nem emprego, nem previdência".
O deputado Paulo Bernardo (PT/PR) informou, antes mesmo do fim da reunião, que pelo menos dois pontos deverão ser alterados na proposta de reforma da Previdência. Um deles é o subteto para o Judiciário estadual, que deve subir para 90,25% dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Já as pensões, segundo o deputado, deverão ter o teto de integralidade alterado para R$ 2.400. Outra possibilidade, acrescentou, seria a manutenção do teto atual (R$ 1.058,00), mas com um redutor menor, de 30%.
"Se o ministro José Dirceu, que fala pelo governo, disse que estas questões serão resolvidas pelos líderes, eu acho que essas são as alternativas mais prováveis", afirmou o deputado. O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, teria falado ainda, segundo Paulo Bernardo, que a agenda do governo a partir de agora irá contemplar a questão social e os problemas do desenvolvimento econômico.