Campo Grande, 14/07/2003 (Agência Brasil - ABr) – A Malásia pode se tornar o trampolim do Estado do Mato Grosso do Sul para incrementar o comércio com o Oriente Médio. O embaixador da Malásia no Brasil, Tai Kat Meng, que está em visita de quatro dias ao Estado, disse que ao retornar a Brasília fará um relatório da viagem ao seu governo recomendando que seja enviada uma missão composta por técnicos e empresários para aprofundar as relações comerciais .
Meng salientou que a Malásia tem interesse em comprar produtos sul-matogrossenses, como a carne bovina e de aves, mas sinalizou com algo mais importante: os empresários malaios estariam dispostos a intermediar negócios com países do Oriente Médio, como Irã e Katar, com os quais têm boas relações, e também com a Tailândia e Birmânia.
O governador Zeca do PT recebeu o diplomata asiática e apresentou as potencialidades econômicas do Estado. Disse que Mato Grosso do Sul está buscando parceiros para desenvolver projetos estratégicos nos setores de agroindústria, ecoturismo e siderurgia e deixou claro o interesse em aprofundar relações comerciais e culturais com a Malásia.
O embaixador vê, ainda, possibilidades reais de um intercâmbio tecnológico com o Brasil, principalmente na área da biotecnologia, observando que os dois países estão em padrões equiparados nesse aspecto, o que favorece a troca de conhecimentos. "A Malásia viveu uma grave crise econômica entre 1996/97, bem como todos os países do leste asiático, mas já está recuperada", frisou.
Com uma população de 22 milhões de habitantes e renda per capita de U$ 4 mil dólares, constitui-se em ambicioso mercado consumidor, ao mesmo tempo em que é importante produtor de eletrônicos."Há muita afinidade entre nossos países: temos interesse comum no desenvolvimento sustentável, respeitando o meio ambiente; também gostamos de futebol, o Ayrton Senna é ídolo na Malásia e assim como o Brasil, fomos dominação portuguesa", relatou o embaixador, ao ouvir as explanações do governador Zeca do PT.
Desde 1990, a Malásia compra carne do Brasil, de Minas Gerais, o que levou o governador a intervir em defesa do Estado. "Diz prá ele que nossa carne é dez vezes melhor", pediu Zeca ao tradutor.
