Líder da oposição assusta-se com críticas de Lula ao governo americano

14/07/2003 - 19h01

Brasília, 14/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O líder do PSDB no senado, Arthur Vigílio (AM), disse hoje que ficou assustado com as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Inglaterra. Para ele, foi uma gafe brutal o presidente ter feito críticas à politica americana e à guerra contra o Iraque na frente do anfitrião, o primeiro-ministro Tony Blair. "Se é para falar o que disse, é melhor ficar aqui e adotar o modelo Itamar", aconselhou. O senador afirmou que Lula pode ser duro, mas não falastrão.

Um dos principais opositores do governo no Congresso, Virgílio considerou também uma grosseria a postura do presidente da Assembléia portuguesa, João Bosco Mota Amaral, que cobrava de Lula a realização de um projeto alternativo. "Não temos que dar satisfação a ele", enfatizou.

Virgílio se mostrou insatisfeito com a proposta de criação de uma comissão mista no Congresso para discutir a reforma da Previdência sem que a oposição tenha sido consultada. "Queremos que zere o jogo para não sabermos da notícia pelo jornal", afirmou. Ele disse que a oposição vai avaliar se é necessário montar essa comissão.

O líder do PSDB considera o governo uma caixinha de surpresas, o que, para ele, não é bom para o país. Virgílio disse que, num primeiro momento, a imagem de Lula agrada, mas que essa fase passa. "É preciso ter solidez das propostas, previsibilidade das decisões". O senador criticou também a postura do governo na condução de suas politicas. "Se conseguisse produzir resultados sociais como produz tolices, estaríamos com o Índice de Desenvolvimento Humano melhor que o da Noruega", declarou.

O senador definiu com a ironia característica o que ele considera um governo sem rumo. "O governo é festivo na política externa, inepto na administração, razoável para bom no macroeconômico, caótico e complicado na política microeconômica, principalmente no que tange as agências reguladoras", alfinetou.