Falta de planejamento pode afetar distribuição de água no entorno do DF

14/07/2003 - 19h04

Brasília, 14/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Cerca de R$ 600 milhões serão necessários para resolver os problemas de saneamento, esgoto e coleta de lixo dos 22 municípios pertencentes à Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno. Os números foram divulgados durante a apresentação do Programa de Modernização do Setor de Saneamento do Ministério das Cidades. No prazo de 30 anos, o investimento deve ser o dobro: R$ 1,2 bilhão.

De acordo com o diretor Operacional da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério, Marcos Montenegro, a situação é crítica nos dois maiores municípios, Águas Lindas de Goiás e Luziânia. "O município de Águas Lindas, por exemplo, não possui sistema de saneamento regular. A empresa que realiza o serviço não foi autorizada pelo governo da cidade a fornecer água para a população, e apenas 30% recebem água tratada", explicou Montenegro.

Além do abastecimento de água, a coleta de lixo também é um outro problema. Nenhuma das cidades possuem um aterro sanitário nos padrões exigidos pela secretaria. "A maioria possui apenas lixões a céu aberto e nas cidades de Águas Lindas, Alexânia, Santo Antônio do Descoberto e Valparaizo, eles são localizados dentro da área urbana", revelou o diretor.

A falta de planejamento para a construção de obras de saneamento e esgoto nas 22 cidades que compõem o entorno do Distrito Federal pode agravar o problema do abastecimento de água que ameaça a região.

De acordo com dados apresentados pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, faltou integração das obras de infra-estrutura desenvolvidas na região. "É preciso trabalhar com eficiência cada centavo do dinheiro público escasso. O dinheiro público não pode servir para promoção pessoal de ninguém ou enriquecimento de alguns; e muito menos para o desperdício", disse o ministro das Cidades, Olívio Dutra.

Segundo ele, o Ministério vai cobrar a responsabilidade dos municípios que não planejaram suas obras e deixaram a situação piorar. "Temos que chamar a responsabilidade de quem executou essas obras, mas também temos que dar continuidade àquelas que são indispensáveis, ligando umas às outras e ligando-as a uma solução para os problemas", ressaltou o ministro.

Para ele, a única saída seria a articulação entre os governos federal, estadual e municipal, na tentativa de captar recursos e dividir tarefas para evitar um colapso no abastecimento de água, que, segundo as previsões, poderia ocorrer em menos de 10 anos.