Brasil e Reino Unido têm conceitos muito similares quanto à reforma da ONU, diz Amorim

14/07/2003 - 11h12

Londres, 14 ( Agência Brasil - Abr) - A inclusão de novos membros permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, entre eles o Brasil, é visto pelo governo brasileiro, como um crescente consenso internacional sobre a necessidade de haver um avanço nas mudanças do quadro da ONU. Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o apoio a entrada do Brasil no Conselho, dado ontem pelo primeiro ministro britânico, Tony Blair, manifesta a sua disposição de trabalhar por uma ampla reforma do organismo. Outros países, como França, Rússia e Alemanha também já apoiaram a entrada do Brasil como membro permanente no Conselho.

Depois de se encontrar hoje pela manhã, com o Ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, Amorim evitou fazer comentários sobre o apoio dado pelo governo britânico à candidatura do Brasil ao Conselho. "Apoio não se qualifica, se agradece", justificou.

Com a insistência dos jornalistas, porém, o Ministro afirmou que o Brasil e o Reino Unido têm "conceitos sobre as reformas da ONU muito similares". Para o Ministro, o andamento das modificações na organização vai depender muito da vontade política dos líderes mundiais. "O trabalho de reforma da ONU, que já dura dez anos, se esgotou. É preciso que os líderes façam o que tem que ser feito, exercendo a liderança".

Quanto a questão do veto nas votações do organismo ser ou não concedido a todos os países, Amorim diz que o assunto é problemático." Somos realistas e sabemos que não podemos retirar o poder de veto daqueles países que já possuem, pois eles vetariam a própria reforma do Conselho", concluiu.