Brasília, 29/06/2003 (Agência Brasil - ABr) - As exportações brasileiras de frutas frescas devem crescer este ano 30% em relação a 2002, passando de US$ 241 milhões para cerca de US$ 350 milhões. A previsão foi feita pelo Brazilian Fruit Institute, um programa de promoção da fruticultura, coordenado pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) e pela Agencia de Promoção de Exportações (Apex). O volume exportado também deve superar o do ano passado: de 669 mil toneladas para 850 mil toneladas.
De acordo com o presidente da Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o instituto conta com uma verba de US$ 8,5 milhões para projetos que incentivem o aumento das exportações de frutas. A expectativa é atrair 500 novas empresas, entre produtores e exportadores, além de gerar 30 mil novos empregos diretos. Atualmente, o setor de fruticultura brasileiro emprega 5,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 27% do total da mão-de-obra agrícola ocupada no País.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas (38 milhões de toneladas), atrás apenas da China (133 milhões de toneladas) e da Índia (58 milhões de toneladas). "É claro que a participação brasileira ainda é tímida com apenas 1% do mercado mundial de frutas frescas, mas o País tem chances de competir com grandes fornecedores. A fruticultura é um dos segmentos com maior potencial de crescimento na pauta brasileira de exportações", disse Fernandes. "O objetivo inicial do nosso programa é o de alcançar US$ 1 bilhão de dólares por ano. Estamos trabalhando para que o Brasil possa atingir esse valor até o final desta década", acrescentou.
O presidente da Ibraf ainda explicou que graças à desvalorização do real, o país conseguiu reverter, a partir de 1998, o déficit crônico na balança comercial do setor. No ano passado, as exportações de frutas frescas superaram em US$ 42,8 milhões as importações. Nos últimos quatro anos, o volume de exportações de frutas cresceu aproximadamente 127%
Para Fernandes, o mercado brasileiro ficou mais atento e passou a competir, em pé de igualdade, com grandes fornecedores internacionais de frutas como a África do Sul, Chile e Nova Zelândia. "Um sinal dessa evolução são as maçãs brasileiras que estão chegando ao mercado europeu com certificado do Inmetro. O certificado comprova que as frutas foram acompanhadas desde a plantação até o empacotamento", disse. "Esse era o passo que faltava para que o Brasil consolidasse sua imagem de fornecedor respeitável de frutas tropicais, subtropicais e temperadas, aumentando sua participação no mercado mundial e gerando novas oportunidades de negócios e investimentos", completou.
A Europa é responsável por 70% do consumo externo de frutas brasileiras, seguida pelo Mercosul, com 11%. Atualmente as frutas de maior importância na pauta de exportação frutas são o mamão papaya, a manga, o melão, o limão, a uva, a maçã e a banana. O mamão papaya, por exemplo, já domina 70% do mercado mundial. A exportação da manga cresceu, neste primeiro quadrimestre, 221% em volume e 241% em valor com relação ao mesmo período do ano passado.