São Paulo, 19/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - O cabo Nivaldo Ferreira dos Santos identificou o assassino do sub-tenente Alcir José Tomasi, segurança da Presidência da República baleado, ontem à noite, em Santo André (SP). Santos e Tomasi faziam a escolta de Sandro Luiz, 23, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tomasi foi atingido na cabeça, e morreu, hoje pela manhã. A identificação foi confirmada pelo delegado Plínio Sales, da 95º DP, do bairro de Heliópolis, na Zona Sul da capital. Os dois suspeitos do crime, detidos no início da tarde, foram levados até o Hospital Geral do Exército, onde o cabo está internado. Os nomes deles ainda não foram divulgados pela polícia.
Duas peritas do Instituto de Criminalística de São Paulo foram à delegacia tirar as impressões digitais dos suspeitos. Elas serão comparadas com as que foram encontradas no carro Astra, roubado ontem à noite, durante o ataque aos seguranças.
Sandro Luiz não viu quando os bandidos trocaram tiros com os seguranças. Ele estava visitando a namorada. O automóvel levado pelos assaltantes foi localizado, logo depois, no bairro de Utinga, também em Santo André. O veículo permanece na Delegacia Seccional da cidade, para realização de perícia.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) determinou à Secretaria de Segurança Pública Estadual que dê prioridade às investigações. A Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República também estão envolvidos no caso.
O ministro das Cidades, Olívio Dutra, será o representante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no enterro do sub-tenente Alcir Tomasi, amanhã, em Santa Maria (RS). Lula embarcou hoje de manhã para Washington, onde irá se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.
A Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto divulgou nota com declarações do presidente Lula sobre a morte do sub-tenente. No texto, ele manifesta sua dor pela morte do militar. Diz, ainda, reconhecer as qualidades de "excelente e preparado profissional" do sub-tenente. Segundo a nota, o episódio de ontem "reforça a decisão deste governo em dar combate à violência, seja em suas raízes estruturais, seja em sua manifestação cotidiana que leva a intranqüilidade a todos os cidadãos brasileiros."
O sub-tenente Tomasi tinha 26 anos de serviço ativo no Exército. Estava, nos últimos três anos, exercendo atividade de segurança de autoridades na Presidência da República. O militar havia participado da missão de paz das Nações Unidas na guerra de Kosovo, na Europa, onde serviu por seis meses.