Recife, 7/6/2003 (Agência Brasil - ABr) - A situação do Engenho Prado, pertencente à Usina Aliança, localizado no município de Tracunhaem, foi o tema de um encontro que reuniu o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marcelo Rezende, o ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, o superintendente regional do Incra, João Farias, e líderes dos movimentos sociais de Pernambuco. Também participaram representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério Público Federal e de organizações não-governamentais, além de parlamentares federais e estaduais. O Engenho Prado é objeto de impasse entre agricultores sem terra e a usina.
No encontro, ficou decidido que o Incra, o Ibama e o Ministério Público Federal vão unir esforços para tornar mais rápida a desapropriação da área, possivelmente ainda neste mês. Mesmo assim, o coordenador do Movimento Sem-Terra (MST) em Pernambuco, Jaime Amorim, alertou sobre a a possiiblidade de novas ocupações a partir do dia 20, prazo dado pelo presidente do Incra, Marcelo Rezende, para a conclusão de nova vistoria no Engenho Prado.
Segundo Rezende, a questão deverá ser resolvida com brevidade, uma vez que a seqüência de ocorrências conflituosas no campo, principalmente na Zona da Mata Norte, é preocupante. O presidente do Incra anunciou, durante o encontro, o repasse de R$ 55 milhões para Pernambuco; sendo R$ 38 milhões para compra de 238 áreas, correspondendo a 114 mil hectares e garantindo benefícios a cerca de 6 mil famílias de trabalhadores rurais. O dinheiro restante será aplicdo em serviços de infra-estrutura nos assentamentos.
O ouvidor agrário Gercino Silva ressaltou o interesse em aprofundar as discussões sobre a violência rural. Na próxima semana, a Comissão de Combate à Violência se reunirá com os Movimentos de Produtores Nacionais, Associação de Produtores Rurais, a Federação Nacional da Agricultura (Fenagro) e os líderes da União Democrática Ruralista (UDR), com o objetivo de ouvir as reclamações, saber o que desejam do governo federal, dentro da legalidade; o que poderá ser feito para evitar os conflitos e garantir as propriedades produtivas, conforme o que estabelece a Constituição, concluiu Gercino Silva.