Brasil e Argentina avançam no entendimento político para a integração da América do Sul

29/05/2003 - 23h02

Brasília, 29/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Argentina, Néstor Kirschner, virá ao Brasil nos próximos 15 dias, informou hoje o ministro das Relações Exteriores daquele país, Rafael Bielsa, em entrevista no Itamaraty. A visita do chanceler argentino ao Brasil, após quatro dias do início do mandato do novo governo de seu país, "é indicativa do alto grau de entendimento político entre os governos brasileiro e argentino e sinaliza na direção do objetivo compartilhado de alcançar a integração da América do Sul", afirmou.

No encontro com os jornalistas, Bielsa disse que a tarefa de integração Brasil e Argentina é "muito mais de homens trabalhando do que de grandes anúncios". Ele afirmou que os dois países têm em conjunto muito mais coincidências para unir os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Kirschner do que algumas diferenças que poderiam separá-los.

Bielsa disse também que durante dez anos a Argentina lidou com a idéia de que a viabilização do mercado comum entre o seu país, Brasil, Paraguai e Uruguai seria contrária à da Área Livre de Comércio das Américas (Alca), mas que de agora em diante, tanto o Brasil quanto a Argentina deverão trabalhar para romper essa lógica. Outro ponto comum entre os dois países, ressaltado pelo chanceler argentino, foi a necessidade de reformulação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O chanceler brasileiro, embaixador Celso Amorim, que também participou da entrevista, disse que o momento atual para Brasil e a Argentina "é verdadeiramente único para a viabilização de oportunidades e também para a construção de um destino comum".