Rio, 5/5/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse hoje, no Rio, que pretende convocar a classe artística para apresentar claramente as intenções do governo para o setor cultural. Ele afirmou que durante a reunião no Palácio do Planalto, junto com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que a formulação da política cultural cabe ao ministério da Cultura. Gilberto Gil disse que depois das análises das equipes técnicas do ministério e da secretaria, que serão feitas nesta semana, ele e o ministro Gushiken se reúnem, no início da próxima semana, para discutir as conclusões, que serão levadas também a uma reunião com os diretores das empresas estatais. Depois, haverá encontro com representantes dos segmentos culturais.
"Política cultural daqui para frente quem formula é o ministério da Cultura. Articulações com setores, sejam as estatais, sejam as empresas privadas, sejam as comunidades artísticas, todas essas articulações estarão sob o comando do ministério da Cultura. Foi o que ficou combinado na reunião com o presidente da República e o ministro Gushiken", explicou Gilberto Gil.
O ministro da Cultura esclareceu que não existem diretrizes do governo para a aplicação dos recursos das empresas. "Eu entendo justificadamente, por certos ângulos, o pessoal de cinema reagindo como manifestações de dirigismo. Acho que é uma questão mais de mal entendido. Não há nenhuma intenção por parte do governo de fazer dirigismo cultural".
O ministro acredita que pode ter havido um problema de comunicação, que ele considera natural diante do início do governo, quando ainda estão sendo definidas as ações que serão adotadas.
Ele destacou que as empresas estatais estão querendo se aproximar de uma visão do governo de projetos culturais que contemplem a questão social. Isso pode passar para a comunidade artística como ingerência da Secretaria de Comunicação, o que não acontece, segundo ele." Nós vamos fazer um convite às estatais para trabalharem conosco e temos certeza que vamos convencer as estatais a serem parceiras em um projeto cultural para o Brasil".
Gilberto Gil esclareceu que embora existam diferenças de interpretações, há integração no governo. "É preciso deixar claro que as relações pessoais dentro do governo estão plenamente ressalvadas. Nós todos nos damos muito bem. As pessoas se desentendem minimamente, mas nós, ministros do governo, estamos certos que não devemos nos pautar por este tipo de coisa".