BID e OIT realizam na Nicarágua seminário sobre métodos para combater o trabalho infantil

09/03/2003 - 19h40

Brasília, 9/3/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Banco interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa Internacional para Erradicação do Trabalho Infantil, da Organização Internacional do Trabalho (OIT-Ipec), realizarão, nos próximos dias 13 e 14 de março, em Manágua (capital da Nicarágua), seminário sobre práticas ótimas para combater o trabalho infantil na América Latina.

O encontro, que acontecerá no Hotel Princess, da capital nicaragüense, congregará autoridades de ministérios do trabalho e da educação dos países da região, representantes de organismos internacionais e especialistas em programas de proteção de menores e erradicação do trabalho infantil. Todas as atividades do evento serão abertas à imprensa.

O sermiário será aberto às 8h30, pelo ministro do Trabalho da Nicarágua, Virgilio Guardián; pelo representante do BID na Nicarágua, Eduardo Valcárcel, e pelo diretor da OIT para a América Central e República Dominicana, Enrique Brú.

Durante o encontro, os participantes analisarão diversos programas que têm conseguido bons resultados no combate ao trabalho infantil. Estes programas são desenvolvidos por entidades governamentais, do setor privado, sindicais e da sociedade civil no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Ecuador, Guatemala, Honduras e Nicarágua.

A OIT-Ipec apresentará, por sua vez, seu sistema de avaliação de programas, oferecendo como exemplos os casos de iniciativas nacionais contra o trabalho infantil no Brasil e Colômbia. Durante o segundo dia da reunião serão discutidos os elementos-chave e as práticas ótimas derivadas destas experiências inovadoras.

Às 19h de quinta-feira, dia 13, como parte das atividades do seminário, um grupo de ex-trabalhadores infantis nicaragüenses oferecerá um espetáculo cultural nol teatro Justo Rufino Garay.

Segundo investigadores do BID, apesar dos indicadores sociais, como a matrícula escolar e a taxa de sobrevivência de crianças menores de 5 anos, terem mostrado tendência a melhorar durante a última década na América Latina, os índices de trabalho infantil têm se mantido altos.

A maioria das crianças trabalhadoras latinoamericanas está no campo, especialmente em lavouras que demandam intensiva mão de obra, como o cultivo dol café. Também há crianças trabalhando em áreas urbanas, inclusive em situações de extrema exploração, como a prostituição.

Ainda que muitas crianças e adolescentes trabalhadores da região consigam frequentar a escola, a carga dupla redunda em um desempenho escolar inferior, reduzindo assim as probabilidades de escapar da pobreza.