Diretora do MEC destaca descompasso na escolha de livros didáticos

22/11/2002 - 10h24

Brasília, 22/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - A diretora do Departamento de Política Educacional da Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da Educação, Maria Amábile Mansutti, destacou o "descompasso, em que professores de algumas áreas específicas optam por livros didáticos que nem estão no nosso guia – material com avaliações e resenha de todos os livros indicados pelo MEC, feitas por uma comissão e enviado aos professores para escolher o livro a ser utilizado em sala de aula –, ou constam, mas não são os mais recomendados".

A explicação foi dada no segundo e último dia do seminário "Política do Livro Didático: desafio da qualidade", aberto ontem pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza. E a diretora lembrou que o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vem realizando, ao longo dos últimos oito anos, pesquisas sobre a melhoria da qualidade dos livros didáticos.

"Há uma interferência muito grande, reconhecida por todas as instâncias, sobre esse tema. Nós ainda temos problemas com a formação de professores, outro ponto destacado pela pesquisa", afirmou, acrescentando que um projeto dentro do Programa, o "PNLD em ação", que trata da escolha e do uso do livro didático pelos professores. "Além disso, ainda existem alguns problemas na própria elaboração e edição dos livros, que também foram apontados nesse seminário", mencionou a diretora.

Para fazer uma avaliação externa da recusa de alguns professores em escolherem os livros recomendados pelo MEC, três professoras argentinas, especialistas nas áreas de didática e análise de livros, foram convidadas pelo Ministério para participar do seminário. "Enviamos a elas a pesquisa do PNLD e os livros escolhidos pelos professores e os recomendados pelo MEC, para que fizessem uma análise e pudessem encontrar a que aspectos elas atribuem esse impasse", observou Maria Amábile, destacando a importância do livro didático.

"É uma questão de adequar os livros ao que os professores colocam em sala de aula, ou então é preciso continuar nessa linha dos livros mais modernos. O que se apresenta como novo, e é ainda muito tênue para nós, é a formação dos professores para que eles escolham o livro e depois saibam usar esse material", concluiu a diretora.