Fernando Henrique assume presidência da CPLP

31/07/2002 - 22h21

Brasília, 30 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu hoje a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Com o novo cargo, Fernando Henrique acumula três presidências até o final do seu mandato: a Presidência da República, do Mercosul e da CPLP. "É muita presidência para um pobre marquês", brincou.

Ao assumir a Comunidade, o presidente reforçou a posição brasileira de priorizar os projetos da CPLP porque "ela partilha e participa dos anseios e dos desafios dos povos lusófonos, a começar pelo nosso imenso interesse em promover um idioma de imensa expressividade e extraordinária riqueza".

Como forma de reforçar este compromisso, o presidente citou algumas ações que estão sendo desenvolvidas no Brasil e nos outros países da Comunidade por brasileiros para fortalecer as sociedades lusófonas. Em especial, o presidente citou o trabalho das Organizações Não-Governamentais como a "Missão Criança" que desenvolve um trabalho educacional em Moçambique e em São Tomé e Príncipe, a Pastoral da Criança, que atua em Angola, e o "Alfabetização e Universidade Solidária" que estão, entre outros países, no Timor Leste.

Oficialmente membro da CPLP a partir de hoje, o Timor recebeu homenagem especial do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao saudar o presidente timorense, Xanana Gusmão, ele lembrou o trabalho realizado por vários setores brasileiros para reconstrução do território timorense antes da sua efetiva transformação em país independente.

O destaque especial do presidente foi para as Forças Armadas brasileiras que, durante a transição no Timor, fez a defesa das fronteiras e a guarda presidencial de Xanana Gusmão. "Destaco minha emoção ao ver o carinho que os nossos oficiais e soldados dedicavam ao Timor, em especial ao então ainda não presidente, mas seu líder inconteste", disse.

Fernando Henrique agradeceu a atitude de Xanana Gusmão de fazer da Conferência o primeiro evento internacional que o Timor Leste participa depois da independência, já que, no final deste ano, o país será aceito como país membro da Organização das Nações Unidas (ONU). "Nós agradecemos essa sua decisão de, primeiro, se tornar membro da CPLP para, em seguida, já nesta condição, juntar-se à família maior mostrando que as identidades prevalecem, ainda quando o espírito universalista seja aquele que deva conduzir a humanidade", encerrou o presidente. Gabriela Guerreiro e