Brasília, 23 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O ex-presidente argentino Carlos Menem negou a notícia publicada na edição de ontem (22) do jornal The New York Times de que o governo do Irã lhe teria pago US$ 10 milhões para encobrir o suposto envolvimento desse país no atentado que destruiu um centro judaico em Buenos Aires, há oito anos, matando 85 pessoas. Em entrevista à CNN em espanhol, Menem anunciou que está contratando advogados para processar tanto o jornal nova-iorquino como sua fonte, e acrescentou que as acusações teriam motivos políticos.
"É uma antiga e deplorável mentira, uma difamação que está sendo novamente veiculada, no momento em que há importantes acontecimentos na Argentina, dos quais eu estou participando ativamente", declarou o ex-presidente.
Na reportagem, publicada em sua primeira página, o New York Times, citando um importante desertor do serviço de informações do Irã, identificado como Abdolghassem Mesbahi, informou que as acusações foram feitas em um depoimento secreto a um juiz argentino encarregado do caso.
Menem, que governou a Argentina entre 1989 e 1999, é um dos pré-candidatos do Partido Justicialista (peronista) às eleições presidenciais de março de 2003. "Apesar de tudo o que estão tentando fazer contra mim, esse processo eleitoral já tem um vencedor, e isso não é arrogância", disse Menem, deixando a entender que ele estará de volta à presidência depois de uma ausência de quatro anos.
O governo do Irã classificou a matéria de um "conto de fadas jornalístico".