FMI: sem acordo de transição e apoio ao Brasil

23/07/2002 - 20h36

Brasília, 23 (Agência Brasil-ABr) - A vice- diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, negou, nesta terça-feira (23), que esteja sendo estudado um acordo entre a instituição e o Brasil para promover uma transição mais tranqüila do atual para o próximo governo. Ela ressaltou que este tipo de acordo precisa ser precedido por um acompanhamento técnico, o que não vem acontecendo.

"Temos um programa que já está em curso. Trabalhamos em parceria e vamos conversando em função dos acontecimentos", disse, referindo-se ao acordo assinado no ano passado e que termina em setembro deste ano. Na entrevista coletiva concedida no Ministério da Fazenda, a vice-diretora enfatizou que o fundo apóia fortemente o Brasil, país que, para ela, possui uma equipe econômica sólida. "Estamos dispostos a apoiar este ou qualquer outro governo que venha a ganhar as eleições", declarou, ressaltando que para isso basta que a nova equipe esteja empenhada em questões como a estabilidade macroeconômica e que garantam os fundamentos da economia. Afirmou ainda que o Fundo está aberto a discutir qualquer programa de contingência, se for necessário.

Anne Krueger afirmou que veio ao Brasil a convite da Sociedade de Econometria da América Latina para participar do congresso da entidade e acrescentou que não precisaria vir ao país para tratar de um acordo de transição, já que as autoridades econômicas brasileiras e o FMI se comunicam regularmente por fax, e-mail ou telefone.

A maratona da vice-diretora do FMI no Brasil teve início ontem, com encontro com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, no Rio de Janeiro. Hoje, ela esteve com o presidente Fernando Henrique Cardoso e com os ministros da Fazenda, Pedro Malan e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral. Ela afirmou que o teor das conversas girou em torno do contexto econômico internacional. Disse que a projeção de recuperação da economia norte-americana no ainda no segundo semestre de 2002 terá reflexos positivos na América Latina e, especialmente no Brasil.

Segundo informações da assessoria de imprensa do ministério do Desenvolvimento, no encontro com Amaral, Anne Krueger, mostrou interesse em conhecer as propostas dos candidatos à Presidência da República para a política externa brasileira. (Edla Lula, Igor Marx e Gustavo Bernardes)