Eventos no Brasil movimentam 3,1% do PIB

23/07/2002 - 12h59

Brasília, 23 (Agência Brasil - ABr) - Os eventos no Brasil movimentam R$ 37 bilhões, o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto, geram 3 milhões de empregos e ainda arrecadam R$ 4,2 bilhões em impostos. A informação foi divulgada hoje pelo presidente da Embratur, Luís Octávio Caldeira; o presidente do Sebrae, Sérgio Moreira; e a diretora executiva do Convention & Visitors Bureau de Recife, Jeanine Pires, como resultado do 1º Dimensionamento Econômico do setor de eventos no Brasil.

A pesquisa foi realizada pelo Sebrae e pelo Fórum Brasileiro dos Convention & Visitors Bureaux em 120 cidades brasileiras e revelou que no Brasil se realizam mais de 320 mil eventos anuais. Segundo o presidente da Embratur, o setor pode crescer ainda mais com a captação de eventos internacionais, porque movimenta a hotelaria, o transporte aéreo, as agências de viagem, restaurantes e programas culturais. Além disso, atrai turistas qualificados que gastam mais que os turistas comuns e gera mais recursos para a cidade.

"O Brasil é competitivo na captação de eventos internacionais e nós temos melhorado nossa posição no ranking nacional ao longo dos anos. A cidade do Rio de Janeiro é um dos grandes destinos de eventos internacionais, mas precisamos captar cada vez mais", comentou.

O presidente destacou que é preciso aproveitar o que o mundo está procurando – um país que tem boa convivência, aceita turistas de várias etnias, raças, credos e religiões e por isso é muito desejado pelos turistas.

"Esse é um diferencial do Brasil e ninguém o supera nesse aspecto. O nosso país é um prêmio para o turista e temos que saber usá-lo. Não só para captação de eventos, mas para atrair turistas, vôos charter e estrangeiros. Nesse trabalho, a participação dos Convention & Visitors Bureaux como parceria fundamental na captação dos eventos para o país", disse.

Luis Octávio enfatizou que o noticiário sobre a violência no Brasil atrapalha, mas não é o fator decisivo na captação de eventos. O importante, segundo ele, é a qualificação do país na área do evento. "Por exemplo, se estamos falando de eventos médicos, temos que ter uma medicina de qualidade", explicou.

O presidente do Sebrae, Sérgio Moreira, observou que 50% dos espaços para eventos no Brasil estão não estão sendo usados, o que significa que o setor pode crescer ainda mais, sem a necessidade de investimentos em estruturas físicas.

A pesquisa revelou ainda que o setor de eventos está quase superando a indústria de automóveis, que detém pouco mais de 3% do PIB nacional, e supera setores tradicionais como vestuário (2.7%) e bebidas (1%).

A diretora executiva do Convention & Visitors de Recife, Jeanine Pires, informou que as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais disputam a liderança na promoção de eventos, e que a região Sudeste sedia a maior parte deles (52%). "Em segundo lugar está a região Sul, com 19%, seguida do Nordeste com 18%, Centro-Oeste com 9%, e região Norte, com 2%", disse Jeanine, acrescentando que a pesquisa foi realizada de janeiro a novembro de 2001, com 400 empresas organizadoras de eventos, e que o turismo de negócios é o que mais cresce no país.