Brasília, 23 (Agência Brasil – ABr) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, criticou hoje o protecionismo dos Estados Unidos em relação a agricultura, durante reunião com a vice- diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI),
Anne Krueger. Amaral mostrou uma série de estudos do governo brasileiro comprovando os impactos das barreiras protecionistas dos Estados Unidos na economia brasileira.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Amaral contestou as tarifas extras de 63% aplicadas ao suco de laranja, as taxas de até 50% aplicadas às exportações brasileiras de álcool etílico que ultrapassam as quotas de importação do produto no mercado norte-americano, como também as barreiras impostas ao aço nacional, com a aplicação de taxas que variam entre 6% e 142%.
Durante os 45 minutos de conversa, Amaral mostrou ainda uma série de dados comprovando o elevado grau de competitividade do setor agrícola brasileiro em relação ao agronegócio dos Estados Unidos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, a produção da tonelada da soja brasileira custa US$ 142,52, enquanto o custo da produção da mesma quantia do grão nos Estados Unidos chega a US$ 227. Amaral mostrou ainda dados sobre os setores de frango e aço. Enquanto o quilo da carne da ave no Brasil custa US$ 0,49, nos Estados Unidos esse custo sobe para US$ 1,34. Quanto ao aço brasileiro, os gastos médios para a produção da tonelada de laminados a frio, por exemplo, chegam a US$ 310, enquanto a produção do mesmo item no mercado norte-americano pode atingir US$ 430.
Amaral também aproveitou a visita de Anne Krueger para fazer um panorama da política externa
brasileira. Segundo o ministro, a conversa girou em torno de temas relativos às políticas de promoção comercial, como os fóruns de competitividade criados para agregar valor aos produtos dos diversos setores da economia; as ações do Congresso Nacional para desonerar alguns
setores a partir do fim da cumulatividade do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Pis/Cofins), além das ações do ministério em relação ao crédito externo por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Amaral falou ainda sobre as negociações do Brasil em relação ao Mercosul, União Européia, Organização Mundial do Comércio (OMC) e Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, a representante do FMI mostrou também interesse em conhecer mais as propostas dos candidatos à presidência em relação a política de comércio exterior do Brasil. De acordo com a assessoria, Amaral respondeu que todos os candidatos têm em suas agendas preocupações em relação ao setor externo.