Brasília, 16 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Em meio a um novo atentado contra israelenses na Cisjordânia, representantes dos países envolvidos nas iniciativas de paz para o Oriente Médio reuniram-se hoje em Nova York e concordaram quanto à necessidade de um Estado palestino. No entanto, Estados Unidos, Rússia, União Européia e a Organização das Nações Unidas (ONU) divergiram em relação à liderança de Yasser Arafat. As informações são da CNN.
Esta foi a primeira reunião do "Quarteto" desde que o presidente norte-americano, George W. Bush, exortou ao fim do mandato de Arafat como presidente da Autoridade Palestina, no mês passado. Além do papel de Arafat, os ministros presentes e o secretário-geral da ONU, Koffi Annan, não conseguiram definir se a segurança deve ser um pré-requisito para levar adiante a busca de uma solução para o conflito israelense-palestino.
As divergências dominaram a entrevista coletiva concedida pelo chefe de política externa da União Européia, Javier Solana, por Annan, pelo secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, e o ministro do Exterior russo, Igor Ivanov.
Há três semanas, marcando uma mudança radical em sua política para o Oriente Médio, Bush anunciou que, se ainda quisessem o apoio de Washington para a criação de um Estado próprio, os palestinos teriam que escolher um novo líder.
"Todos nós temos nossas respectivas posições", sustentou Annan. "A ONU ainda reconhece o presidente Arafat e vamos continuar a tratar com ele até que os palestinos decidam o contrário".
Ivanov reforçou a oposição à sugestão de Bush. "Cabe apenas aos palestinos decidir quem eles querem como líderes. É o direito de soberania do povo palestino. Quanto a Arafat, ele é o líder legitimamente eleito da Palestina e, enquanto for essa a sua condição, continuaremos nos relacionando com ele", disse.
Por sua vez, Per Stig Moeller, ministro do Exterior da Dinamarca – que detém a liderança rotativa da União Européia -, lembrou que os palestinos estão se preparando para eleger novos dirigentes, em pleito convocado por Arafat. "Depois é que veremos quem se tornará o líder. Mas seja quem for, ele será a pessoa com quem a União Européia negociará", acrescentou.
Por outro lado, as autoridades concordaram que os Estados Unidos chefiará uma equipe que seguirá em duas semanas para os territórios autônomos, com a missão de ajudar a Autoridade Palestina a reorganizar suas forças de segurança.
Há duas semanas, Arafat vem promovendo a reestruturação dos serviços de segurança na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
As discussões sobre a questão da segurança deram-se sob o impacto de um novo atentado na Cisjordânia. Pelo menos sete israelenses morreram e 20 ficaram feridos em uma emboscada contra o ônibus em que viajavam.
"Precisamos equilibrar a reforma das instituições palestinas e o progresso na área social. Caso contrário, as mudanças continuarão não dando certo", analisou Moeller.