Brasília, 16 (Agência Brasil - ABr) - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar amanhã (17) a manutenção da taxa básica de juros (Selic) da economia em 18,5% ao ano. A queda da taxa está descartada, devido ao comportamento do câmbio e da inflação nos últimos dias. A taxa está em 18,5% ao ano desde março.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,21%, em maio, para 0,42% em junho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA é o índice utilizado pelo governo como parâmetro das metas de inflação que constam no acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A meta para este ano é de 3,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ontem, o mercado financeiro elevou mais uma vez a projeção de inflação para 2002. Agora, o IPCA estimado é de 5,81% - na semana passada, a previsão era de inflação de 5,72%. Os dados constam no relatório Focus, do Banco Central, que é divulgado semanalmente.

Já o dólar acumula alta de 1,84% no mês de julho e de 24,01% no ano. O dólar comercial fechou hoje vendido a R$ 2,872; em alta de 0,70% em relação às últimas operações de ontem. Ao longo do dia, o valor mínimo negociado foi de R$ 2,857 e o máximo, de R$ 2,883.
No mês passado, o Copom manteve a taxa de juros da economia em 18,5% ao ano, mas avisou ao mercado que poderia reduzir este percentual mesmo antes da sua próxima reunião, em julho, ao colocar o viés de baixa na Selic.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central justificou a decisão unânime do presidente e dos sete diretores pelo fato de a conjuntura econômica estar turbulenta. A indicação de viés de baixa se deveu ao fato de os indicadores de inflação estarem favoráveis e terem boas perspectivas para 2003.

O Copom não indicava viés de baixa desde junho de 2001, quando os juros estavam 18,25% ao ano. No mês seguinte, a taxa foi elevada para 19% ao ano, sem viés.