Brasil ganha mais de um milhão de hectares de áreas de proteção ambiental

16/07/2002 - 18h32

Brasília, 16 (Agência Brasil - ABr) - Além de lançar a Agenda 21, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou hoje os decretos que criam o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, a Reserva Extrativista do Rio Jutaí e a Estação Ecológica do Mico-Leão-Preto. Juntas, as novas áreas de proteção ambiental somam mais de um milhão de hectares. Segundo o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, a criação das novas áreas demonstra o compromisso do Brasil com o meio ambiente e serve de prova para a sociedade ver que a Agenda 21 não vai ficar só no papel. "O esforço do governo demonstra que a Agenda 21 já está em marcha", disse.

O Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba está localizado na divisa dos estados do Piauí, Maranhão, Bahia e Tocantins com 729 mil hectares de extensão. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, ele irá proteger as nascentes do rio, considerado o mais importante do Nordeste depois do Rio São Francisco. No total, nove municípios serão diretamente beneficiados com a criação da área de proteção.

Com extensão total de 275.333 hectares, a Reserva Extrativista (Resex) do Rio Jutaí (AM) deve beneficiar 116 famílias que dependem do rio para sobreviver por meio da pesca e do extrativismo vegetal. O governo destaca como potencialidades da Resex, a extração do látex e de óleos vegetais de espécies de uso medicinal como a copaíba, andiroba, jatobá e caranapúba.

A Estação Ecológica do Mico Preto fica na região do Pontal do Paranapanema (SP) e tem como finalidade proteger e conservar fragmentos de remanescentes de Mata Atlântica na região. O Mico-Leão-Preto, que dá nome à reserva, é uma das espécies mais ameaçadas de extinção na área da Mata Altântica. Outros animais e plantas também ficarão protegidos com a criação da reserva, entre eles a onça pintada, a jaguatirica, a lontra e o macuco.

O presidente também lançou a Enciclopédia da Floresta do Alto Juruá, que relata história e costumes dos povos da região nos estados do Acre e Amazonas. O livro foi concebido por pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), que por oito anos participaram das atividades cotidianas na região do Alto Juruá, que foi a primeira reserva extrativista do país.

Também foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba, considerado fundamental para a gestão equilibrada dos recursos da bacia hidrográfica, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. Os principais usos das águas são: geração de energia elétrica; abastecimento de água e esgotamento sanitário, turismo, lazer e irrigação. (Marcos Chagas e