Brasília, 14 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A Espanha enviou três navios de guerra e dois barcos de patrulha para proteger os enclaves de Ceuta e Mellila, no litoral norte do Marrocos, depois que o país norte-africano ocupou com 10 soldados, na última quinta-feira (11), a ilhota deserta de Perejil, no Mar Mediterrâneo. Perejil é controlada pela Espanha desde o século XVII, mas o Marrocos insiste que herdou a ilha quando se tornou independente em 1956. As informações são da CNN.
Segundo o governo marroquino, a ilha seria utilizada como base na luta contra o terrorismo e no controle da emigração ilegal para a Europa.
O Marrocos também já reivindicou repetidamente o controle de Ceuta e Melilla, ao que a Espanha respondeu que as duas cidades já eram espanholas muito antes de o Marrocos existir.
O primeiro-ministro espanhol, José María Aznar, vem mantendo contatos constantes com seu vice, Mariano Rajoy, e com o ministro da Defesa, Federico Trillo, e a Ministra do Exterior, Ana Palacio, desde que a bandeira marroquina foi fincada em Perejil, declarou um porta-voz do governo.
O chefe do governo marroquino, Abderrahmane Youssoufi, declarou à imprensa, no sábado, que estava empenhado em "evitar um conflito ainda mais dramático".
A Espanha acredita que o Marrocos esteja usando Perejil como uma forma de se vingar de outras disputas entre os dois países, separados em alguns pontos por apenas uns poucos quilômetros de mar.
Esses problemas incluem direitos de pesca, imigração ilegal e a região do Saara ocidental, que era controlada pela Espanha e foi anexada ao Marrocos nos anos 1970, e onde o governo de Madrid, apoiado pela ONU, tem insistido em promover um plebiscito sobre a autodeterminação.
O vice-premier Rajoy lembrou ao governo do Marrocos que o país é o que mais recebe ajuda da Espanha, também a sua mais importante e tradicional parceira comercial.