Rio, 8 (Agência Brasil - ABr) - O Museu do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, inaugura amanhã a exposição de arte contemporânea "Caminhos do Contemporâneo", que percorre os últimos 50 anos da produção em artes visuais, realizando uma complexa arqueologia do período.
A exposição é o último segmento da trilogia iniciada em 1999 com a exposição "O Brasil Redescoberto", sobre a iconografia brasileira de 1808 a 1900. A segunda estação foi "Quando o Brasil era Moderno", em 2001, que tratou do modernismo a partir da arquitetura. Todas foram apresentadas no Paço Imperial.
Em "Caminhos do Contemporâneo", o público entra pelo segmento que apresenta a produção atual e termina a visita na década de 50. Com isso, se traça uma linha evolutiva da arte e trabalha com a memória, permitindo a visualização dos vários caminhos dos artistas.
Encerrando a mostra com uma "capela sistina do neoconcretismo", fica clara a valorização do movimento liderado por Hélio Oiticica, Lygia Clark e Lygia Pape. Afinal, foi aí o desvio da estrada moderna e a abertura das várias rotas contemporâneas.
"Assim como os arquitetos foram fundamentais para o modernismo brasileiro, exercendo um papel de astrólogos e historiadores, expressando o que deveria ser guardado do passado e projetado para o futuro, a partir dos anos 60, é o economista quem traça os rumos do país", diz Lauro Cavalcanti, diretor do Paço e curador da mostra.
"Caminhos do Contemporâneo" está dividida em cinco segmentos organizados por décadas: dos anos 50 até os 90 e 2000, reunidos num só módulo.
Para cada década foram consultados três curadores. "Cada um apresentou uma lista com 20 nomes. Os que se repetiam eram automaticamente selecionados. Alguns chegaram a ser agregados para melhor compor a mostra", explica o diretor do Paço.
Em setembro, será organizado um seminário sobre o campo atual da produção artística. "A mostra está orientada para o passado; por isso preparamos um seminário que permita refletir sobre as trilhas futuras", diz Cavalcanti. Na oportunidade, será lançado um catálogo da exposição.
Já em novembro, e por apenas um mês, uma versão reduzida de "Caminhos do Contemporâneo" será exposta na Pinacoteca do Estado, em São Paulo.
CAMINHOS DO CONTEMPORÂNEO - mostra que reúne 420 obras de 177 artistas brasileiros, produzidas da década 50 até hoje
Curadoria: Lauro Cavalcanti
Quando: amanhã, às 18h30 (para convidados); de ter. a dom., das 12h às 18h (até 6 de outubro)
Onde: Paço Imperial (pça. 15 de Novembro, 48, centro, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/21/2533-4407)
Quanto: entrada franca