São Paulo, 21 (Agência Brasil - ABr) - O Instituto Butantan de São Paulo comemorou nesta quinta-feira seu 101º aniversário com a inauguração do Museu de Microbiologia, primeiro do gênero no Brasil e um dos poucos em todo o mundo. Além de uma exposição permanente, o museu terá um laboratório de pesquisas científicas e tecnológicas.
A principal finalidade do museu é formar um vínculo com a população, para que esta participe de forma direta e interativa das atividades de pesquisa científica e tecnológica que contribuam efetivamente para melhorar a qualidade de vida. "O Museu será um marco pela sua concepção e meta educacional. Além disso, devemos ressaltar que se trata do primeiro museu do gênero no país e um dos poucos em todo o mundo", diz Isaías Raw, presidente da Fundação Butantan.
A exposição permanente vai explicar as bases da microbiologia através de painéis ilustrados e modelos tridimensionais, ampliados em acrílico, de germes, bactérias, vírus e protozoários. Os visitantes poderão, por exemplo, avaliar micróbios através de microscópios, assistir filmes e simulações computadorizadas sobre o desenvolvimento de doenças infecciosas no organismo humano e como funcionam as vacinas. Entre os vídeos, destaque para o que mostra como o Butantan produz soros e vacinas e como Louis Pasteur iniciou suas pesquisas com micróbios e vacinas.
Estará disponível um painel especial sobre o trabalho de pesquisa genética da bactéria Xylella fastidiosa, o primeiro patógeno vegetal que teve seu DNA seqüenciado no Brasil, e um programa preparado pelo professor Paulo Silveira, do Laboratório de Informática, da Faculdade de Medicina da USP, que permite prever o desenvolvimento de uma doença infecciosa, como ela se espalha até atingir níveis epidêmicos ou ser controlada por vacina.
Além da exposição, o Museu conta com um laboratório para professores e estudantes cultivarem seus próprios microorganismos. "Esperamos receber até 150 estudantes por vez, em visitas agendadas. Aqui eles poderão fazer experiências para identificar bactérias e verificar sua resistência a antibióticos ou analisar a propagação dos fungos que acontecem no apodrecimento de uma fruta. Enfim, será um espaço para o estudante 'entrar' nesse mundo e assim despertá-lo para o assunto", diz o professor Raw. "O Museu de Microbiologia - Micróbios e Vacinas levará ao público e sobretudo aos estudantes o que o Butantan faz na área de saúde humana".
Localizado dentro do Instituto Butantan, em um prédio construído na década de 70, de 400 metros quadrados, totalmente recuperado e adaptado para esse novo uso, o Museu consumiu recursos de R$ 1.460.000,00, financiados pela Aventis Pasteur (R$ 600 mil), Fundação Butantan (R$ 400 mil), Fundação Vitae (R$ 270 mil) e FAPESP (R$ 190 mil). O projeto teve apoio da Lei de Incentivo à Cultura. "Esperamos, com essa iniciativa, dobrar a visitação anual ao Instituto, hoje na casa de 400 mil", argumenta Raw.
Na solenidade de inauguração do Museu foi lançado o livro "Aventuras da Microbiologia", de Isaías Raw e Osvaldo A. Sant'Anna, e a posse do professor Erney Felício Plessmann de Camargo no cargo de diretor do Instituto Butantan.
