Brasília, 21 (Agência Brasil - ABr) - O novo ministro da Saúde, Barjas Negri, assumiu hoje a pasta declarando "guerra à dengue". Na cerimônia de trasmissão de cargo, realizada no Centro Cultural do Banco do Brasil, Negri disse que reuniu-se durante dois dias com secretários municipais e estaduais de Saúde para decidir intensa parceria entre as esferas de poder para vencer a doença. No próximo domingo, o senador José Serra (PSDB/SP) apresenta ao partido sua pré-candidatura à Presidência da República.

No balanço que fez de sua gestão no Ministério da Saúde, José Serra afirmou que, a médio prazo, a dengue é uma doença "que não terá vez", pois o governo vem intensificando ações preventivas, especialmente a contratação de equipes do programa Saúde em Família e agentes comunitários. No Rio de Janeiro, onde recrudesceram os casos de dengue, Serra informou que o número de agentes chegará a 17 mil, inclusive com a participação de soldados das Forças Armadas.

Os gastos do governo federal com o combate àa doença atingem R$ 500 milhões/ano, segundo o ex-ministro. Serra insistiu que a luta contra a dengue deve ser uma parceria federal, estadual e municipal. " O mosquito (Aedes Aegypti) não é federal, estadual nem municipal", lembrou o senador tucano. Antes de discursar, Serra foi homenageado por autoridades da Saúde, servidores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Emocionado, o ex-ministro chorou, e afirmou que em 40 anos de vida pública "nunca um cargo me gratificou tanto quanto este".

Serra disse que se tivesse que fixar meta para a área de saúde, seu objetivo seria reduzir, até meados da próxima década, a mortalidade infantil para 20 crianças por cada mil nascidas. Na década de 90, o governo federal baixou de 50 para menos de 30 o número de crianças que morrem a cada mil nascimentos. Outro esforço a ser desenvolvido pelo Ministério da Saúde, segundo o ex-ministro, é no sentido de eliminar os casos de malária nos grandes centros urbanos da Amazônia.