Terceiro governador do DF em 12 dias, Wilson Lima diz que não aceitará "ingerência política"

23/02/2010 - 19h09



Carolina Pimentel

Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), disse que assumiu hoje (23) o cargo para tentar garantir a normalidade na capital federal. Ele assumiu o comando depois da renúncia do vice-governador Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM). Em nota à imprensa, Lima afirmou que nunca almejou a posição de governador, mas não fugirá da responsabilidade.

"O compromisso que posso assumir, ao aceitar tão árdua missão, é com a normalidade democrática. E de não permitir a paralisia do governo para que as obras e ações sociais sejam levadas até o fim, não piorando ainda mais as coisas para o povo desta cidade", disse ele, na nota.

"Há quem defenda como solução a ruptura política e a intervenção federal. Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas e não aceitarei nenhuma ingerência política", acrescentou, em sua primeira declaração como governador em exercício do Distrito Federal.

Lima estava à frente da Câmara Legislativa e assumiu o comando do governo distrital seguindo a linha sucessória prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal. Ele integra a base de aliados do governador licenciado José Roberto Arruda (sem partido), preso na Superintendência da Polícia Federal.

Alguns distritais evitaram dizer se vão apoiar ou não a gestão de Lima. Ao ser questionado sobre o possível apoio ao novo governador, o deputado Chico Leite (PT), da oposição, limitou-se a responder que a bancada petista vai respeitar "a linha sucessória".

Diante da renúncia de Paulo Octávio, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propõe um pacto de governabilidade para enfrentar a crise política e institucional no Distrito Federal. "Cumprindo o seu papel constitucional e em respeito à sociedade, a OAB propõe um pacto de governabilidade unindo as forças democráticas para recolocar a capital do país no seu merecido destaque, expurgando todas as práticas de administração irresponsáveis que levaram a cidade a um lamentável descrédito político. A OAB se coloca à disposição para uma discussão urgente, profunda e inadiável em torno desse pacto de governabilidade, no qual serão lançadas as bases de uma democracia efetiva da capital do país", afirma nota da OAB, assinada pelo presidente da entidade, Ophir Cavalcante.