Terceirizados da Fazenda entram em greve por falta de vales-transporte e alimentação

23/02/2010 - 10h26

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Empregados terceirizados da limpeza e conservação e o pessoal de apoio administrativo do Ministério da Fazenda decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado até que voltem a receber os vales-transporte e alimentação suspensos pela empresa Visual Locação de Serviços e Construção Civil desde o início de fevereiro .

Muitos desses trabalhadores moram em Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal, e precisam percorrer longas distâncias para chegar ao local do trabalho. Alguns empregados da Visual alegam que tiveram que fazer faxina em residências no final de semana para conseguir dinheiro para trabalhar. Alguns setores do ministério estão sem o fornecimento de água e papel por falta de quem possa fazer a reposição. Os empregados terceirizados fizeram uma assembleia hoje (23) em frente ao Ministério da Fazenda na busca de uma solução, mas reclamam que ninguém tem uma resposta para o problema.

O gerente comercial da empresa, Wanderley Júnior, defende a Visual. Segundo ele, o pagamento não foi feito ainda porque depende dos recursos repassados pelo Ministério da Fazenda para o pagamento dos vales. Júnior explicou que conforme as regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não, pagou os salários e apresentou a fatura à Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério da Fazenda. Um problema, porém, no processamento realizado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) terminou não efetivando o depósito do dinheiro na conta da empresa. Essa informação foi confirmada pelo Ministério da Fazenda.

Fevereiro é um mês complicado porque a gente vem do pagamento do décimo terceiro em dezembro e férias dobradas em janeiro, quando todo mundo quer sair. Precisamos do dinheiro que o governo repassa depois do pagamento da folha”, disse o representante da Visual.

Decidimos cruzar os braços porque até então vinha um, dois ou três [funcionários], conforme se conseguia dinheiro para a condução. Conforme arruma [dinheiro] emprestado, [a gente] vem. Senão, não tem como”, disse uma empregada da Visual que preferiu não se identificar.