Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - No estado de São Paulo, 1,1 milhão de candidatos foram inscritos para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que começou a ser aplicado às 13h de hoje (26). Nos 206 municípios paulistas, mais de 1,2 mil locais de provas receberam os candidatos nesta tarde.
A reportagem da Agência Brasil acompanhou a movimentação em um deles, na Universidade Paulista (Unip) do Jaguaré, zona oeste da capital. Os portões foram abertos às 12h e a entrada dos candidatos foi tranquila. Após o horário de fechamento dos portões, exatamente às 13h, porém, a reportagem contou pelo menos 15 candidatos atrasados. Alguns deles tentavam argumentar em vão para tentar entrar no local. Outros choravam.
Com apenas 2 minutos de atraso, Bruna Rodrigues, de 20 anos, foi uma das que perderam a prova. Ela contou que mora no bairro Parada de Taipas, na zona oeste, e teve de usar dois ônibus para chegar até o local do exame. "Tinha muito trânsito e era muito longe da casa", disse. Bruna, que trabalha como atendente de telemarketing e estuda sozinha para ingressar em uma faculdade tem como foco o vestibular da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista(Unesp).
Caroline Makay Silva, de 20 anos, estava mais ansiosa e chegou com mais de uma hora de antecedência. Ela quer ingressar no curso mais concorrido: medicina. "Essa é a terceira vez que faço o Enem. A primeira foi para treinamento, quando ainda estava no ensino médio. Medicina é muito difícil porque tem poucas vagas", disse.
A estudante faz cursinho preparatório para vestibular há dois anos e conta que está se dedicando exclusivamente ao sonho de entrar na universidade. "Este ano estou melhor que no ano passado. Espero que caíam mais coisas que eu sei. Gosto de quase todas as disciplinas, exceto matemática", ressaltou a estudante. Seu desejo é ingressar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ou na Universidade Estadual Paulista (Unesp). "Mas pode ser qualquer outra, só não quero que seja muito longe".
Assim que Caroline entrou para o exame, sua avó Nair Salles Makay, de 72 anos, ficou do lado de fora apreensiva. "A gente fica preocupada, com as mãos suando. Mas peço para ela ficar calma porque, às vezes, cai uma pergunta que ela sabe [responder] mas fica nervosa e acaba esquecendo", disse ela.
Outra candidata que aparentava mais tranquilidade era Elaine Ferreira Padra, 37 anos. Ela disse que fará a prova sem muito compromisso. "Vou prestar só para ver como é", contou. Supervisora de salão de beleza, Elaine disse que parou de estudar porque se casou muito cedo. Agora, mesmo com três filhos, ela resolveu retomar os estudos e está terminando um curso supletivo. "Quero fazer engenharia civil, mais para ampliar os meus conhecimentos".
Edição: Marcos Chagas
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