Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília – O medo tomou conta de parte dos moradores de São Luís depois da suspeita de que a rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi provocada por uma possível disputa entre facções criminosas e que o conflito poderia ganhar as ruas da capital maranhense. Na rebelião, ontem, nove detentos foram mortos.
Os boatos que se propagaram por meio das redes sociais ao longo de toda a manhã ganharam força após o sindicato dos rodoviários anunciar que, por precaução, os ônibus serão recolhidos às garagens das empresas a partir das 19h e só voltarão a circular a partir das 5h de amanhã (11). A Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte confirmou que foi notificada da decisão dos rodoviários.
Colégios e universidades cancelaram aulas e, segundo informações de muitos internautas, lojas fecharam as portas mais cedo, mas a notícia não foi confirmada pela Associação Comercial. Em razão dos boatos, a Universidade Ceuma suspendeu as aulas nos três campi de São Luís (Renascença, Cohama e Anil).
“Existiam boatos sobre a possibilidade de ações contra a universidade, o que ajudou a disseminar um certo pânico. Diante do clima de comoção, resolvemos suspender as aulas até que as coisas se acalmem, e dispensar os alunos e os funcionários”, explicou o professor Jorge Leite, pró-reitor acadêmico da universidade, acrescentando ter visto alguns estabelecimentos comerciais fechados, mas que o clima na cidade, no momento, é de aparente tranquilidade.
Segundo a chefe de gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Maranhão, Sílvia Cristina Duailibe, pela manhã, as aulas no campus da capital transcorreram normalmente. “Oficialmente, a universidade não dispensou os alunos. Ouvimos boatos, mas aqui está tudo funcionando. De manhã, eu mesma dei aula normalmente. O medo e a informação de que os rodoviários vão recolher os ônibus, contudo, pode motivar alguns alunos a não irem às aulas à noite”, afirmou a professora.
Procurada, a Associação Comercial de São Luís disse não ter sido comunicada sobre fechamento de lojas ou saques a estabelecimentos comerciais. O secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, negou a ocorrência de arrastões e disse que tudo não passa de boato. De acordo com Mendes, o sistema de inteligência da secretaria está procurando identificar o autor ou autores dos boatos a fim de responsabilizá-los criminalmente.
Em nota, o Ministério Público do Maranhão desmentiu que o promotor José Cláudio Cabral Marques tenha dito que uma suposta onda de violência estava prevista para acontecer no próximo final de semana. A divulgação da declaração atribuída ao promotor contribuiu para alimentar o medo entre os moradores da capital maranhense.
A Associação dos Magistrados do Maranhão manifestou preocupação com o “clima de instabilidade e de insegurança” que eventos como a rebelião causam ao cotidiano da população.
Edição: Beto Coura
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