Biografia de Silvio Tendler é aplaudida no Festival de Brasília

24/09/2013 - 6h53

Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Poucas vezes, nos seis dias da mostra competitiva do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o público se entusiasmou tanto quanto nessa segunda-feira (23), ao aplaudir, alguns até mesmo de pé, um filme. O agraciado foi A Arte do Renascimento - Uma Cinebiografia de Sílvio Tendler, documentário de Noilton Nunes. Presenta à sessão, o próprio Tendler se emocionou com a reação do público. “Eu senti como se estivesse vendo a arquibancada do Sambódromo se levantar”, disse.

Nunes conta a história de Tendler que, após ficar tetraplégico, continuou lutando pela vida e por tudo em que acredita, por meio de seus filmes. Logo nos primeiros minutos, porém, o público percebe que não se trata simplesmente da história de um homem lutando contra suas limitações físicas. É o manifesto de um homem lutando contra as limitações do seu país.

A vida e a obra de Tendler acompanham alguns dos principais acontecimentos dos últimos 50 anos no Brasil, desde a luta contra a ditadura militar até as recentes manifestações que pararam o Brasil este ano. “É um filme que conta muito da história do Brasil e que explica um pouco por que ocorreram as manifestações de junho”, explicou Nunes à Agência Brasil. “Se dá para salvar a saúde de uma pessoa, por que não dá para salvar a saúde de um país? Acho que a luta é essa”, completou Tendler.

O filme mostra que o povo brasileiro luta, há várias gerações, por um Brasil melhor e, de acordo com o diretor, agora é a vez de a geração atual entrar em ação. “Esse filme veio no lugar certo, na hora certa. É um filme que todo manifestante deve assistir. Tanto aquele que saiu às ruas, quanto aquele que ficou em casa torcendo pela vitória em prol de um Brasil melhor”.

Entre aplausos e assovios, surgiu um coro, em princípio tímido, que logo dominou o Cine Brasília e emocionou Nunes, Tendler e marcou a última noite da mostra competitiva. “Amanhã vai ser maior! Amanhã vai ser maior!”.

Edição: Graça Adjuto

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