Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Além do público que tem lotado o Cine Brasília nos últimos dias e das equipes dos filmes participantes da mostra competitiva do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, quatro mulheres estão lá todos os dias, com uma função muito específica, a de decidir qual filme da competição ganhará um contrato de direito de exibição no valor de R$ 50 mil.
Samantha Ribeiro, Sahada Luedy, Indira Amaral e Berenice Mendes trabalham na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e são juradas do Prêmio TV Brasil de Exibição. Os longas-metragens da mostra competitiva, tanto documentário quanto ficção, estão concorrendo. Com formação em cinema, Samantha é gerente de licenciamentos nacionais da empresa e conversou com a Agência Brasil entre um filme de outro.
“Em qualidade técnica, o Brasil está dando show. Antes, quando só se rodava em película, existiam poucas câmeras, e eram muito caras. Hoje, você consegue fazer filmes de alta qualidade técnica e com um custo de investimento em equipamento um pouco menor”. Ela elogia o que tem visto todas as noites no Cine Brasília. Além de atores competentes, os filmes apresentam excelente qualidade de imagem, som e edição, avalia.
De acordo com Samantha, a participação da EBC e outros entes públicos é fundamental no processo de democratização do cinema nacional e de descoberta de novos talentos. “Eu acho muito importante que todas as instâncias federais de produção e difusão audiovisual, a TV Brasil, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e a Secretaria do Audiovisual (SAV), do Ministério da Cultura (MinC), unam suas forças pelo audiovisual brasileiro. Acho muito importante que a TV Brasil participe ativamente, e não só de festivais”, defendeu.
Segundo ela, a TV Brasil participa de vários festivais com premiações semelhantes, mas também atua em parceria com a Ancine, na forma de contratos de pré-licença de primeira e segunda janela (como são chamadas as exibições em TV aberta e canal por assinatura), pagando o valor de 15% do custo total de produção. Com o pré-contrato, o produtor pode pleitear recursos da agência para tirar sua obra do papel.
Dentre outros projetos, a TV Brasil faz a seleção de programas para sua grade, com o chamado pitching. São entrevistas e apresentação de projetos de produtores independentes que desejam veicular seus produtos na emissora. O pitching mais recente é para um programa sobre diversidade religiosa. “A intenção é sempre abrir canais de exibição da obra audiovisual nacional na televisão. É muito importante ter produto nacional na televisão. Não é uma tradição, é uma coisa que a gente vem conquistando com muito esforço”.
Edição: Fernando Fraga
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