Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, disse hoje que a corporação está trabalhando “sem parar” para identificar e prender os responsáveis por depredações, roubos e atos de violência ocorridos durante manifestações no Rio de Janeiro. Ela disse, no entanto, que a polícia precisa seguir ritos legais que, às vezes, impedem ou retardam a prisão dos suspeitos.
“Eu não posso fazer milagre. Queria poder fazer milagre, mas esse dom eu ainda não tenho. Tenho que seguir aquilo que me determina a lei. Quando identificamos a pessoa pelo crime de incitação, não cabe pena de prisão. Quando o caso é de formação de quadrilha, o delegado não tem outra coisa a fazer a não ser arbitrar a fiança. O dano ao patrimônio depende de representação [das pessoas que sofreram o dano]. E, às vezes, essas pessoas não querem representar [contra o crime] Nesses 30 dias, a Polícia Civil não parou de trabalhar um só minuto”, disse.
Segundo ela, nenhuma prisão em flagrante lavrada pela Polícia Civil foi considerada ilegal. De acordo com o procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, muitas pessoas já foram identificadas e já estão respondendo a processo criminal. Ontem, por exemplo, nove pessoas foram detidas e autuadas em flagrante pela polícia, explicou o procurador.
Marfan Vieira disse que durante a manifestação de ontem vários promotores e servidores do Ministério Público estadual (MP-RJ) estiveram presentes, fazendo fotografias e filmagens dos criminosos. O MP, segundo ele, também acompanhou o trabalho da polícia. Vieira esclareceu, no entanto, que o órgão não vai abrir nenhuma investigação para apurar os crimes cometidos durante os protestos e vai apenas acompanhar o trabalho da Polícia Civil.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que excessos cometidos pela Polícia Militar durante as manifestações não serão tolerados. Alguns casos estão sendo investigados e, se for constatados abusos de autoridade de policiais, eles serão punidos.
Edição: Denise Griesinger
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