Economista acredita que medidas impedirão alta do dólar

13/06/2013 - 10h59

Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – As medidas do governo para conter a alta do dólar vão surtir efeito, de acordo avaliação do economista Felipe Salto, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e analista da Tendências Consultoria.

Para Salto, hoje (13) deve haver “algum efeito”, mas no curto prazo há muita oscilação na cotação. A tendência é que o dólar alcance patamar mais baixo ao longo do ano. A expectativa da Tendências é que o dólar chegue ao final deste ano em R$ 2,10. Ontem (12), o dólar fechou o dia cotado a R$ 2,1541 para venda, com alta de 0,82%. Foi a maior cotação desde 30 de abril de 2009, quando o câmbio atingiu R$ 2,182.

Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou mais uma medida para conter a alta da moeda. O governo zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na compra e venda de dólar no mercado futuro. O objetivo da medida foi diminuir as barreiras à venda de dólares no mercado futuro.

Com mais oferta de dólares no mercado, a tendência é que a cotação caia. A alíquota do IOF para essas operações estava em 1% desde setembro de 2011 e incidia tanto sobre o aumento da posição vendida como da redução da posição comprada.

Esta foi a segunda medida cambial em menos de dez dias para tentar conter a alta do dólar. No último dia 4, Mantega anunciou a isenção de IOF cobrado sobre as aplicações de estrangeiros em renda fixa no Brasil. Na ocasião, o governo também zerou o IOF cobrado sobre o depósito de margem de derivativos, quantia que os investidores depositam ao iniciarem operações no mercado futuro.

Além dessas medidas, o Banco Central executou operações de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para suavizar a alta do dólar.

Para Salto, além de ajudar na cotação do dólar, as medidas do governo vão evitar que o “contágio” da alta da moeda americana sobre a inflação no Brasil. Se o dólar está mais alto, os preços de produtos importados mais elevados são repassados aos consumidores no mercado interno.

* Colaborou Wellton Máximo

Edição: José Romildo

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