Douglas Corrêa e Vladimir Platonow
Repórteres da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Terminou em confusão a passeata contra o reajuste das passagens dos ônibus urbanos do município do Rio. A Polícia Militar (PM) acompanhou pacificamente toda a caminhada que saiu da Candelária e seguiu pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde os manifestantes fizeram uma rápida votação para saber se continuariam com o protesto. Como eles decidiram retornar para a Candelária, a PM resolveu agir com rigor para dispersar os participantes do ato.
Um grupo, então, resolveu seguir pela Avenida Presidente Antonio Carlos até o Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Ao passar em frente à sede do Tribunal de Justiça, alguns atiraram pedras contra o prédio, ferindo um homem na testa sem gravidade.
Da Rua Primeiro de Março, os manifestantes seguiram até a Candelária, onde tentaram fechar a Avenida Rio Branco. Para controlar a situação e evitar depredações, a PM voltou a fechar a Avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, e resolveu dispersar os participantes da passeata. Os militares usaram escudos e cassetetes e fizeram uso de bombas de efeito moral. Alguns pontos de ônibus da Avenida Presidente Vargas tiveram os vidros quebrados. O gás liberado pelas bombas de assustou algumas pessoas que estavam nos bares da região, aguardando o término do protesto.
A PM usou também homens do Regimento de Polícia Montada para auxiliar na dispersão do grupo. Os militares foram empurrando os manifestantes pela Avenida Presidente Vargas por mais de 2 quilômetros até a Central do Brasil. Durante o protesto, vários estudantes usavam máscaras de gás para se prevenir contra o efeito do artefato.
A Avenida Presidente Vargas só foi totalmente liberada nos dois sentidos por volta das 21h30. A PM informou que cerca de 2 mil pessoas participaram do protesto contra o reajuste das passagens dos ônibus, que passou a vigorar no dia 1º deste mês.
A Polícia Militar informou que 18 pessoas foram detidas na manifestação de hoje. Todas foram levadas para a 5ª Delegacia Policial, no centro, onde está sendo levantada a situação de cada uma nas depredações ocorridas em pontos de ônibus, nas caixas coletoras de lixo e nas pichações após o término do protesto.
O integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio de Janeiro, Rodrigo Mondego, que acompanhou a manifestação, esteve na delegacia para verificar se os direitos humanos dos detidos estavam sendo respeitaods.
Matéria alterada às 23h59 para acréscimo de informação
Edição: Aécio Amado
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