Nova presidenta da UNE diz que instituição terá autonomia em relação a governos e partidos

03/06/2013 - 14h52

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Eleita para presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE) pelos próximos dois anos, a estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Virgínia Barros disse que sua gestão será marcada pela autonomia em relação a governos, partidos políticos e universidades sem, no entanto, fechar o diálogo com esses setores.

“A UNE tem uma postura de autonomia, diálogo, pressão e cobrança em relação aos governos federal, estaduais, reitorias, empresas, partidos e manterá essa postura, mas claro que estamos abertos ao diálogo porque foram muitas as conquistas que conseguimos obter na educação brasileira nos últimos anos”, disse. A presidenta e a nova diretoria foram eleitas no 53° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) que terminou ontem (2), em Goiânia (GO).

Entre as prioridades apontadas pela presidenta da UNE para os próximos dois anos está a defesa do investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, em discussão no Congresso Nacional. Para ampliar a mobilização em torno do tema, a UNE convocou a Jornada Nacional de Lutas que deverá ser marcada por passeatas e manifestações até agosto.

Virgínia disse que a UNE é contrária à entrada de capital estrangeiro para aquisição de instituições de ensino superior. Ela avalia que essa situação resulta na precarização da infraestrutura das instituições e da qualidade do ensino. “Do nosso ponto de vista, para maximizar os lucros, as empresas estrangeiras que compram as instituições de educação baixam a qualidade e, por uma questão de soberania, não podemos ter nossa educação dominada por interesses estrangeiros.”

Natural de Garanhuns (PE), Vic, como é chamada, tem 27 anos e é formada em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela diz conhecer a realidade da educação no Nordeste e defende o equilíbrio dos investimentos entre as regiões do país para combater as desigualdades.

“Combater as desigualdades regionais do nosso país passa por equilibrar o investimento em educação em todas as regiões. Não é à toa que o Norte e o Nordeste têm o pior Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] do país. Não é à toa que o acesso à universidade nessas regiões é mais restrito à juventude de 18 a 24 anos. Discutir o desequilíbrio na distribuição de recursos para a educação no nosso país é uma demanda que se faz necessária para garantir uma educação de qualidade para todos”, disse Virgínia.
 

 

Edição: Lílian Beraldo

 

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